Avaliação da dor pós-operatória e aspectos toxicológicos do uso de dipirona e tramadol em gatas
Fecha
2018-02-23Metadatos
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A dipirona é um fármaco analgésico não-opioide bastante utilizado na clínica de felinos.
Contudo, as doses recomendadas para esta espécie são variáveis, acreditando-se que possa causar
efeitos adversos. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do uso de dipirona e tramadol durante 5
dias consecutivos sobre a dor pós-operatória, os parâmetros hematológicos, bioquímicos e marcadores
do status oxidativos sobre os eritrócitos. Foram utilizadas 28 gatas adultas, sem raça definida
consideradas saudáveis. Após 3 dias de adaptação, as gatas foram submetidas à ovariohisterectomia
eletiva por celiotomia e alocadas aleatoriamente em 4 grupos de 7 animais cada, de acordo com o
tratamento pós-operatório administrado por 5 dias: Controle (1 ml via IV, 8/8h), DIP1 (dipirona IV, 24h),
DIP2 (dipirona IV, 12/12h) e DIP3 (dipirona IV, 8/8h). Tramadol (2 mg/kg 8/8h) também foi administrado
a todos os animais. A dor pós-operatória foi avaliada utilizando as escalas Visual Analógica (EVA),
multidimensional da UNESP para dor em gatos (EUNESP) e Composta de Glasgow para dor em gatos
(EGLASGOW) no terceiro dia de adaptação (basal) e 3, 6, 12, 24, 36 e 48 horas após a extubação.
Sangue venoso foi coletado diariamente por 5 dias, e no 10° dia após a cirurgia, para a determinação
do percentual de corpúsculos de Heinz (CH) e hemograma completo. Creatinina séria (C), ureia (U),
aspartato aminotransferase (AST), albumina foram avaliados antes da cirurgia e 5 e 10 dias após; a
atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), mieloperoxidase (MPO) e a
peroxidação lipídica foram avaliados antes da cirurgia, no 5º e 10º dias após o procedimento. Os
parâmetros de estresse oxidativo também foram mensurados no 3º dia após a cirurgia. O grupo controle
apresentou escores de dor superiores ao grupo DIP3 pela EUNESP, e superiores a DIP2 e DIP3 pela
EVA 3 horas após a cirurgia. Resgate analgésico foi realizado 3 horas após a cirurgia no grupo controle
e DIP1 e às 6 horas após a cirurgia em animais de DIP2, respectivamente. A atividade de SOD, CAT e
MPO foi similar entre os grupos, exceto no 5º dia, quando MPO foi significativamente mais ativa em
DIP2 do que DIP3. A lipoperoxidação foi semelhante entre os tratamentos e o grupo controle. A
concentração de plaquetas, leucócitos, volume corpuscular médio, concentração de hemoglobina
corpuscular média permaneceram constantes ao longo de todo o período de estudo e similares entre
os grupos nos tempos avaliados. Apesar de o percentual de corpúsculos de Heinz não ter sido alterado
ao longo do tempo em cada grupo, DIP1 apresentou percentual de CH significativamente maior do que
o controle e menor do que DIP2 e DIP3 no 10º dia. A concentração de C, U, AST e albumina foi
semelhante entre os grupos e os tempos avaliados. Os resultados obtidos neste trabalho sugerem que
a administração de dipirona é bem tolerada em gatos na dose de 25 mg/kg mesmo quando utilizada
juntamente com tramadol e permitem concluir que seu uso foi seguro em gatas saudáveis submetidas
à ovariohisterectomia eletiva, mesmo quando administrada a cada 8 horas.
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