Estudo de resistência mecânica do concreto compactado com rolo com emprego de material fresado asfáltico para base de pavimentos
Resumo
O crescimento do volume de tráfego e a aparição de veículos mais pesados estão originando uma maior degradação e maiores deformações na malha rodoviária brasileira, consequentemente elevando os custos de manutenção, forçando os gestores e pesquisadores a encontrar sempre novas alternativas para melhorar o aproveitamento dos materiais, diminuir o consumo de energia utilizado nas execuções, agilizar as intervenções de restauração, entre outros. Outro fator importante que se destaca é a questão ambiental, onde é diretamente afetada nas construções e manutenções de rodovias, seja no consumo de materiais naturais, nas movimentações de terras, nos combustíveis utilizados, etc. O Concreto Compactado com Rolo (CCR) aparece como um material que se enquadra dentro desta perspectiva, pois, em alguns casos, tem como proposta reduzir o consumo de cimento e o tempo de execução, e ainda tem uma alta vida útil sem a necessidade de manutenção, assim sendo técnica e economicamente atrativo. Outro ponto a seu favor é o fato de serem utilizados os mesmos equipamentos que a pavimentação asfáltica. Ainda, o CCR, depois de endurecido, para um dado consumo de cimento pode apresentar características similares ou superiores aos concretos convencionais vibrados. Uma das características do concreto em geral, está no fato de ele permitir na sua composição a incorporação de outros materiais, como o material fresado asfáltico. Tem-se assim um impacto positivo na economia da construção com concreto. O objetivo deste trabalho foi analisar três resistências mecânicas do concreto compactado com rolo (CCR), com substituição parcial do agregado graúdo por fresado (RAP), nas porcentagens de 10 e 30% para uso em base de pavimentos, com diferentes consumos de cimento em idades de cura distintas. As misturas ensaiadas foram dosadas com 100 e 150 kg de cimento por metro cúbico, valores estes típicos para CCR empregados em camadas de base de pavimentos, totalizando em seis misturas pesquisadas. As propriedades estudadas foram a resistência à compressão simples, a resistência à tração por compressão diametral e a resistência à tração na flexão, aos 7 e 28 dias de cura. Foram analisados os efeitos da porcentagem de fresado, do consumo de cimento e do tempo de cura, compactando-se os corpos de prova na energia intermediária. Os principais resultados apontaram que o desempenho das misturas de CCR com 10% de fresado é superior às convencionais. Porém existe uma queda nas resistências quando a quantidade de fresado sobe para 30%. As RCS das misturas variaram de 5,74 a 11,42 MPa aos 7 dias e de 6,17 a 16,27 MPa aos 28 dias de cura. Já as RTCD variaram de 0,56 a 1,73 Mpa nos 7 dias e 0,77 a 2,27 Mpa nos 28 dias. O ensaio de RTF obteve valores variando de 0,55 a 1,6 MPa aos 7 dias de cura e 0,87 a 1,96 MPa aos 28 dias de cura. É notável a grande influência do tempo de cura nas resistências. Quanto ao consumo de cimento, é possível afirmar que existe uma expressiva melhora nas resistências quando é utilizado um maior consumo de cimento.
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