Exposição intervalada à aflatoxina B1: um novo protocolo em busca da segurança alimentar
Resumo
A aflatoxina B1 (AFB1) é a micotoxina mais comum e tóxica que contamina os alimentos desde o plantio até o momento do consumo. A exposição à AFB1 causa diversos agravos à saúde, desde mais simples como quadros de intoxicação alimentar, a outras mais graves como o desenvolvimento de câncer hepático. Causa também alterações no sistema nervoso central, caracterizando-se como um grande risco à população. O tratamento dos efeitos e redução das contaminações por AFB1 têm sido pauta constante nas agências de saúde do mundo todo, entretanto, tal tarefa não tem sido suficiente para proteger as populações de países subdesenvolvidos, as quais são as mais expostas a esse contaminante. Na literatura, pouco ou nada se fala sobre estratégias de exposição que não causem ou diminuam os danos identificados na população e dessa forma o objetivo desse trabalho foi buscar um protocolo de proteção que garantisse que quem inevitavelmente se expõe às matrizes alimentares contaminadas possa fazer isso de maneira segura. Assim, utilizando ratos Wistar machos, executamos um protocolo intervalado de quatro doses de AFB1 (250μg/kg) separadas por um intervalo de 96 horas entre cada dose, no intuito de observar se esse tempo seria suficiente para o organismo responder a lesões e agravos da intoxicação. Para isso avaliamos a toxicidade através do ganho de peso e peso relativo dos órgãos dos animais e realizamos uma bateria de testes comportamentais – bolinhas enterradas, construção de ninho, campo aberto, reconhecimento de objetos e borrifagem de sacarose – e bioquímicos – aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, creatinina, albumina, substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico, poder antioxidante do ferro reduzido, tióis não-proteícos, ácido ascórbico, atividade da Na+, K+-ATPase, catalase e glutationa S-transferase e imunorreatividade da proteína quinase C – investigando marcadores que normalmente apresentam alterações mesmo após um curto período de tempo. Como resultado deste trabalho, observamos que nenhum dos marcadores biológicos apresentou alterações, o que nos permite propor que esse intervalo de tempo, para o número de exposições e dose propostas, foi capaz de proteger o organismo reduzindo a chance de progressão de agravos decorrentes de uma exposição crônica a essas micotoxinas.
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