Juízo e analiticidade em Kant
Resumo
Esta dissertação discute a noção de analiticidade em Kant e sua recepção na literatura kantiana recente. De acordo com Kant, o conhecimento humano é discursivo, isto é, mediante conceitos. Conhecer envolve a consciência de características de objetos, classificando-as de tal maneira que possam ser representadas conceitualmente em juízos. Esses juízos podem ser, no que concerne à sua justificação, a priori ou a posteriori. Juízos a priori, por sua vez, podem ser analíticos ou sintéticos. Kant caracteriza a analiticidade apelando a quatro critérios: o de inclusão conceitual; o de negação contraditória; o de identidade sujeito-predicado; o de elucidação conceitual. Há várias controvérsias em torno da compreensão e da justificação de tais critérios, em particular quanto ao critério de inclusão conceitual. Embora tais controvérsias remontem à primeira década da publicação da Crítica da Razão Pura, especialmente à polêmica com Eberhard, elas se estendem aos nossos dias, com comentadores como Allison, Hanna, Van Cleve e Anderson. As divergências concernem à interpretação da distinção entre juízos analíticos e sintéticos, ao número de critérios de distinção apresentados por Kant e, em especial, à questão sobre qual critério poderia ser considerado o mais fundamental.
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