A compreensão dos usuários da rede de saúde mental da infância e adolescência de Santa Maria sobre o processo de internação hospitalar e medicalização da vida
Resumen
A discussão acerca do crescente processo de medicalização da infância e adolescência
apresenta-se como um ponto central na busca por uma classificação daquilo que foge ao
padrão normal imposto pela modernidade. Este fato demonstra a constituição de uma
sociedade na qual o indivíduo e a população são entendidos e manejados por meio da
medicina. Por outro lado, mesmo com a Reforma Psiquiátrica e a implementação da Política
de Saúde Mental que trás os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, como dispositivos
substitutivos ao modelo asilar, a internação psiquiátrica ainda é entendida como um recurso
terapêutico prioritario no que concerne a psiquiatria infantil e no contexto das Unidades de
Internação hospitalares, o processo de medicalização é tido como a base do tratamento. A
presente pesquisa objetivou Compreender a percepção dos sujeitos e/ou familiares,
acompanhados em um Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (CAPSi),
que passaram pelo processo de internação hospitalar psiquiátrica, a respeito do processo de
internação e de medicalização. Trata-se de um estudo qualitativo, utilizando a metodologia
hermenêutica como referencial teórico e como instrumento para coleta de informações,
entrevistas individuais com os sujeitos que utilizam da Rede de Atenção Psicossocial da
infância e adolescência de um município no interior do Rio Grande do Sul. Os resultados
apontam que a internação hospitalar é o principal recurso terapêutico para a realidade local, a
medicalização é uma constante na vida dos usuários, o que gera muitas dúvidas acerca da
necessidade do uso e o que isso pode acarretar em suas vidas, outro ponto importante é a falta
de conhecimento do usuário com relação a da Rede de Saúde Mental da infância e
adolescência e a fragmentação das práticas em saúde.
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