Influência do tratamento de superfície em pinos anatômicos na resistência de união ao cimento resinoso autoadesivo
Resumo
O objetivo do estudo é verificar a influência do tratamento de superficie e silanização de pinos anatômicos na resistência de união a um cimento resinoso autoadesivo. Para o teste de push-out, 80 dentes bovinos foram tratados endodonticamente e, após 24 horas, os preparos para os pinos foram realizados e as raízes foram alargadas com o auxílio de pontas diamantadas. Após, pinos de fibra de vidro reembasados com resina composta microhíbrida, obtidos através da modelagem dos canais radiculares ampliados, foram divididos em grupos de acordo com o tratamento superficial aplicado (n=10): ausência de tratamento (GC), ausência de tratamento com aplicação de silano (GCS), jateamento com óxido de alumínio sem (GS) e com aplicação de silano (GSS), tratamento com peróxido de hidrogênio 35% sem (GP) e com aplicação de silano (GPS) e tratamento com ácido fluorídrico 10% sem (GF) e com aplicação de silano (GFS). Os pinos foram cimentados nos canais radiculares e, após 24 horas de armazenamento, fatias de 1,5mm de espessura foram obtidas para o teste de push-out. Os valores da resistência de união foram obtidos em MPa e as falhas foram classificadas através de estereomicroscópio em adesivas ou coesivas sendo apenas as falhas adesivas entre cimento resinoso e resina composta consideradas para análise estatística. Para o teste de microtração, foram confeccionados blocos de resina composta microhíbrida. A cada dois blocos, os mesmos grupos de tratamentos superficiais do teste de push-out eram aleatoriamente distribuídos para serem aplicados em uma das faces dos dois blocos. Estes foram cimentados um ao outro com cimento resinoso autoadesivo. Os 10 conjuntos de cada grupo obtidos foram levados à máquina de corte para confecção de 16 palitos por bloco para o ensaio de microtração. Metade dos corpos-de-prova de cada bloco foram imediatamente testados, e outra metade foi submetida à 12 mil ciclos de termociclagem e armazenamento por 120 dias em estufa antes do ensaio mecânico (n=80). Os dados foram tabelados em MPa considerando a área da interface adesiva e a carga necessária para separar os palitos. As falhas foram classificadas em adesivas ou coesivas. Para o teste de push-out, não houve diferença entre os grupos. Já no teste de microtração, para os espécimes imediatamente testados, obteve-se valores superiores de resistência de união para os blocos jateados seguidos da aplicação de silano. Por outro lado, a utilização de ácido fluorídrico 10% sem silano e peróxido de hidrogênio 35% com silano mostraram resultados significativamente inferiores aos demais tratamentos quando comparados àqueles sob mesma condição de aplicação ou não do agente de ligação química. A termociclagem causou queda estatisticamente significante nas médias de resistência de união para todos os grupos, além disso, foi possível observar valores superiores nos grupos jateados sem que houvesse diferença entre eles quanto a aplicação de silano. Uma amostra de cada grupo foi confeccionada para análise da superfície em microscopia eletrônica de varredura, que apresentou diferenças visuais de rugosidade superficial entre os grupos. Os resultados do teste de microtração permitem concluir que o jateamento da superfície de resina composta gera aumento na resistência de união com o cimento resinoso autoadesivo. No entanto, a interface que apresentou maior quantidade de falhas no teste de push-out foi entre cimento resinoso e dentina radicular.
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