Impeachment de Dilma Rousseff: análise das estratégias argumentativas em Veja e Cartacapital
Resumo
Esta pesquisa analisa as estratégias argumentativas (BRETON, 1999, 2012) utilizadas por Veja e CartaCapital quando estas se referem ao processo de impeachment de Dilma Rousseff ocorrido em 2016. O arcabouço teórico da argumentação permite afirmar que a mídia produz versões sobre os fatos, o que também pode ser encontrado nas potencialidades do conceito de acontecimento (QUERÉ, 2012; CHARAUDEAU, 2015a), igualmente pautado. Além disso, a argumentação auxilia a sustentar que a mídia é um ator político (BORRAT, 1989) que, ao proferir explicações sobre o que aconteceu, possui interesse em fazer o público aderir às suas ideias por meio de um discurso constituído de estratégias, efeitos e processos (CHARAUDEAU, 2007, 2008, 2015a, 2016). Ao final, pode-se observar que, utilizando uma variada gama de estratégias, as revistas mais se diferenciam do que se assemelham quando argumentam sobre o impeachment de Dilma Rousseff. Alguns aspectos pontuais dessas diferenças são referentes à denominação “golpe”, concedida ao processo de impeachment; às manifestações pelo impeachment serem “articuladas” por partidos e empresários ou “vontade do povo”; e também em relação às medidas empregadas pelo futuro governo Michel Temer.
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