Influência de fatores abióticos na comunidade de borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea) no extremo sul do Brasil
Resumo
A assembleia de borboletas encontrada em um dado local pode ser explicada, na maioria das vezes, pela variação dos gradientes ambientais, os quais envolvem os fatores climáticos. As variações climáticas mais importantes incluem mudanças na temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, luminosidade e precipitação. Essas variáveis climáticas se correlacionam entre si e, em conjunto, afetar a atividade desses indivíduos. Apesar do vasto conhecimento taxonômico e sistemático acumulado ao longo dos anos, são escassos no Rio Grande do Sul os trabalhos tratando sobre a influência das variáveis climáticas na composição, abundância e riqueza de borboletas. Devido a isso, o presente estudo buscou preencher algumas lacunas existentes em relação ao quanto as variáveis previamente citadas influenciam na composição da comunidade desses insetos. Para a base de dados, foram utilizados estudos de inventariamento previamente realizados no Estado com metodologia padronizada. Análises multivariadas foram realizadas a fim de verificar a relação entre os fatores abióticos e a estruturação da comunidade de borboletas aqui estudada. Das oito variáveis climáticas analisadas – temperatura, velocidade do vento, precipitação, luminosidade e umidade relativa do ar, todas se mostraram preditoras significativas em algum nível na distribuição da lepidopterofauna. Apesar de uma parcela dos dados não ter sido totalmente explicada, os resultados encontrados no presente estudo evidenciam a relevância das variáveis climáticas locais na composição e diversidade da comunidade de borboletas. Espera-se que esse conhecimento possa ter utilidade na elaboração de futuros planos de manejo e conservação da lepidopterofauna subtropical e sua biodiversidade associada.
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