Emissão de gases de efeito estufa, ciclagem de nutrientes e produtvidade de arroz irrigado em função de manejos póscolheita e plantas de cobertura
Resumo
A produção do arroz irrigado passa por um momento de estagnação de produtividade e baixa
rentabilidade no estado do Rio Grande do Sul. Um dos fatores que contribui para esse cenário
é a baixa fertilidade dos solos de terras baixas, em parte consequência do intenso
revolvimento do solo, ocasionando altos investimentos em adubação. A adoção de um sistema
de semeadura direta, associado ao uso de espécies de cobertura de inverno poderia contribuir
com a diversificação do uso das terras baixas, com a melhora da fertilidade dos solos e
redução dos custos da atividade, aliado à sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, com o
objetivo de estudar a influência de espécies de cobertura e manejos pós-colheita da palha do
arroz na ciclagem de nutrientes na produtividade do arroz irrigado e na emissão de gases do
efeito estufa, conduziu-se experimentos durante as safras 2015/16 e 2016/17 na área didáticoexperimental
de terras baixas da Universidade Federal de Santa Maria. O primeiro
experimento foi conduzido a fim de avaliar a influência de azevém, aveia, serradela e trigo na
ciclagem de nutrientes, na produtividade do arroz e na emissão de gases do efeito estufa. No
segundo experimento, avaliou-se diferentes manejos pós-colheita na palha do arroz,
representados pela utilização de grade, rolo-faca com o solo alagado, rolagem da palha em
solo seco e palha dessecada, associados ou não a utilização do azevém. Nesse trabalho, foi
avaliada a produtividade do arroz irrigado e a emissão dos gases do efeito estufa, metano e
óxido nitroso, bem como o potencial de aquecimento global parcial e sobre o rendimento de
grãos. A utilização das espécies de cobertura dificulta o estabelecimento inicial do arroz,
reduzindo a produtividade de grãos, na ordem de 18%, na média de dois anos, além de
influenciar alguns atributos do solo, como redução na resistência mecânica a penetração e na
microporosidade. A decomposição e liberação dos nutrientes da palha das espécies de
cobertura estão atreladas a relação C/N e as condições climáticas do período pós-dessecação.
O azevém e a aveia aumentam a emissão de metano e óxido nitroso, durante a safra do arroz
irrigado. Sistemas de semeadura direta não prejudicam a produtividade do arroz irrigado,
quando comparado aos sistemas tradicionais e servem como estratégia para diminuir o
potencial de aquecimento global parcial em áreas com presença de azevém.
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