A “mulher arrastada”: a construção da representação do caso Claudia Silva Ferreira em três jornais da região Sudeste do Brasil
Resumo
A presente monografia de conclusão de curso tem como objetivo analisar a construção da representação do caso Claudia a partir das coberturas jornalísticas, realizadas por três jornais da região sudeste do Brasil durante 2014 e 2015. A vitima, a auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira foi baleada no Morro do Congonha durante uma atividade da Policia Militar do Rio de Janeiro e arrastada por 250 metros na Estrada Intendente Magalhães, após seu corpo deslizar pelo porta-malas do camburão policial. Inicialmente, divulgado via Whatsapp por populares, o caso ganhou destaque pela mídia tradicional de forma superficial. O problema de pesquisa encontra-se fundamentado na pergunta “Por que a vitima Claudia Silva Ferreira foi denominada na cobertura jornalística apenas como “mulher arrastada”, quando casos semelhantes receberam tratamento diferente?”.
Para analisar adequadamente a representação de Claudia foram escolhidos os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo, nos quais é utilizado o termo “mulher arrastada” e o jornal O Globo, que se refere ao ocorrido como o Caso Claudia. Entre os objetivos específicos deste trabalho se encontram os de indagar se as condições socioeconômicas da vitima e dos autores do crime interferem na produção da noticia e argumentar sobre o uso da tipificação como uma estratégia de esquecimento e banalização do acontecimento. Utilizando a Análise Sociossemiótica como aporte metodológico, esta monografia busca responder as questões levantadas durante sua produção e demonstrar através da análise das 59 matérias coletadas, se houve a intenção por parte da mídia de problematizar o caso.