Jornalismo e qualidade de vida: reflexos das mudanças estruturais do jornalismo na vida pessoal dos jornalistas de Santa Maria/RS
Resumo
O presente estudo trata sobre como a vida pessoal dos jornalistas é afetada pelo trabalho, tendo em vista que é uma profissão que passa por mudanças estruturais. Para compreender essas mudanças, utilizamos conceitos de Adghirni (2012) quando trata das rotinas produtivas, da desregulamentação profissional e das mudanças de perfil dos jornalistas. Pretendeu-se investigar como as mudanças estruturais do jornalismo afetam a vida pessoal dos jornalistas, verificou-se como os diferentes vínculos de trabalho exercidos têm relação com a qualidade de vida do jornalista, foi entendido como o jornalista se define como profissional e como define a profissão e por fim foi compreendido o que motiva o jornalista a ingressar e a permanecer na profissão. Como recorte de pesquisa, optou-se por investigar essas questões no cenário profissional de Santa Maria/RS. A partir disso, a pesquisa justifica-se por trazer à tona fragmentos do imaginário da profissão e de como o profissional se percebe diante das transformações do mundo jornalístico. Foram realizadas cinco entrevistas com profissionais da cidade que depois foram anisadas através da análise de conteúdo. A partir das quatro categorias formadas – sentido do trabalho, organização do trabalho, vida pessoal e trabalho, e prazer e sofrimento no trabalho – percebeu-se que mesmo que os jornalistas reconheçam as dificuldades da profissão, sua relação emocional com o Jornalismo faz com que permaneçam nele. Constatou-se que o único entrevistado que disse não ter qualidade de vida no trabalho, a partir do que considera como qualidade de vida no trabalho, foi o jornalista freelancer. Nas falas dos entrevistados apareceram também a questão da precarização da profissão, a pouca valorização, o ritmo intenso de trabalho e o desempenho de múltiplas funções.
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