Potencial silvicultural de Myracrodruon balansae (Engler) D. A. Santin: espécie em perigo de extinção no sul do Brasil
Resumo
Myracrodruon balansae (Engler) D. A. Santin (Pau-ferro-do-sul) pertence à família
Anacardiaceae e é nativa do sul do Brasil. Possui madeira densa (1,1 a 1,25 g.cm-3)
empregada em construções rurais, lenha, além de ser fonte de extrativos e utilizada na
medicina popular. A espécie foi amplamente explorada e, atualmente está descrita na
categoria em perigo de extinção. Apesar dos usos e atual status de conservação, existem
poucos estudos sobre tecnologia de sementes, produção de mudas no viveiro e crescimento no
campo. Neste sentido, essa pesquisa foi dividida em três Capítulos, no Capítulo I foi realizada
a caracterização inicial da germinação, substratos e avaliação da qualidade física, fisiológica e
sanitária dos diásporos armazenados em diferentes ambientes. O lote de diásporos foi coletado
no município de Unistalda, RS e avaliado quanto ao peso de mil sementes, grau de umidade,
teste de germinação e sanidade. Os diásporos armazenados em geladeira com grau de
umidade de 10% tiveram seu maior potencial de armazenamento, por 18 meses, com perda de
20% do potencial germinativo inicial. No teste de sanidade os principais gêneros de fungos
encontrados nos diásporos foram Aspergillus spp. e Penicillium spp. No Capítulo II foi
avaliado o efeito de substratos e fontes de fertilizantes nas características morfológicas e
fisiológicas de mudas de M. balansae. Para isso, foram formulados quatro substratos com
proporções de casca de arroz carbonizada (CAC) e turfa do tipo Sphagnum e quatro
fertilizantes. Os atributos morfológicos avaliados foram: altura (H), diâmetro do coleto (DC),
relação H/DC, matéria seca aérea (MSA), matéria seca radicular (MSR), matéria seca total
(MST), índice de qualidade de Dickson (IQD), comprimento radicular (CR) e área foliar (AF)
e os atributos fisiológicos: fluorescência inicial (Fo), fluorescência máxima (Fm) e eficiência
fotoquímica máxima do fotossistema II (Fv/Fm). A espécie é responsiva às fontes de
fertilizantes, recomenda-se o uso de 60% de turfa de Sphagnum acrescido de 40% de CAC e
fertilizante de liberação controlada (FLC), 18-05-09 (N-P2O5-K2O), para produção de mudas
com qualidade morfológica e fisiológica. O Capítulo III teve como objetivo avaliar o
crescimento e desenvolvimento inicial de M. balansae sob diferentes doses de nitrogênio e a
resiliência à ocorrência de geadas na fase inicial de plantio. Os tratamentos utilizados foram 0,
50, 100, 200 kg de ureia ha-1 com cerca de 45% de nitrogênio. Aos 180 dias após o plantio foi
avaliada a sobrevivência, H e DC e as variáveis fisiológicas Fo, Fm, Fv/Fm rendimento
quântico, teor de clorofila a, clorofila b e carotenoides. A sobrevivência foi de 98% e o
crescimento em altura e diâmetro do coleto, aos 180 dias após o plantio, foi de 107,0 cm e
15,26 mm, respectivamente, com o uso de cerca de 50 kg de ureia ha-1. Aos 270 dias após o
plantio as plantas foram danificadas pela geada, sendo verificados a resiliência, H, DC,
número e comprimento de brotos. A espécie demonstra ser sensível a geada, porém apresenta
resiliência, por meio de brotação satisfatória no primeiro ano de plantio, quando realizada
adubação nitrogenada.
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