Propriedade estatal e governança
Resumo
Assim como em outros países, no Brasil, a presença do estado como acionista em
empresas impõe desafios do ponto de vista da governança corporativa. No país, a participação
direta do estado em empresas de capital aberto se concentra nos setores de energia (geração e
distribuição), transporte e bancos. Como esta participação afeta a governança destas empresas?
Este estudo buscou averiguar o efeito da propriedade do estado sobre a governança corporativa,
utilizando os dados de uma amostra de empresas públicas brasileiras entre os anos de 2010 e
2016. Um índice de governança foi criado para as empresas da amostra. Os dados foram obtidos
a partir dos relatórios da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A metodologia estatística
adotada para a análise principal foi a análise de regressão (modelo GMM), enquanto que uma
análise secundária de robustez foi feita por meio de uma regressão OLS. Como principal
descoberta, verifica-se que a presença do estado como acionista tem um efeito negativo sobre
o Índice de Governança Corporativa (IGC) das empresas públicas, ou seja, a propriedade estatal
está associada a uma menor qualidade de governança. Entretanto, controversamente, a
propriedade do estado aumenta a probabilidade de que as empresas sejam listadas em
segmentos diferenciados de listagem (Novo mercado, Nível 1 e Nível 2) da B3, segmentos que
servem como atestado de qualidade de governança de tais empresas.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: