A afetividade e o desenvolvimento da aprendizagem
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Data
2007-12Autor
Castro, Rozi Terezinha Gonçalves de
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O presente artigo aborda a afetividade e as relações interpessoais na aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, com ou sem dificuldades cognitivas. Um dos eixos das mudanças na educação passa pela transformação da mesma em um processo de comunicação autêntica e aberta entre professores e alunos, incluindo a família, a escola e a comunidade. Compreender a dimensão da afetividade na vida das pessoas, em especial de nossos alunos, que incansáveis vezes chegam na escola com muitas marcas e rótulos é necessário e muito mais amplo e sério do que possa parecer. A relação afetiva vai além do bem-querer, é um processo construído no lar, na escola, na relação com o professor, colegas e grupos nos quais se convive. O afeto constitui, portanto, um processo interativo, cada um de nós contribui com uma parcela, na construção dinâmica do mosaico sensorial-intelectual e emocional de cada aluno. As emoções estão presentes quando buscamos conhecimento, quando estabelecemos relações com objetos, concepções e pessoas. O afeto e o conhecimento constituem-se como inseparáveis, eles estão presentes em todos os momentos, em maior ou menor proporção. O afeto também implica em expressividade, comunicação e conhecimento. É sobre essa ótica que abordaremos a afetividade e o seu papel nas relações humanas, e consequentemente influenciando o desenvolvimento da aprendizagem, tendo o afeto como fonte elevadora da auto-estima e valorização do aluno. Este artigo busca caracterizar a inter-relação e a interdependência dos comportamentos do domínio afetivo, cognitivo e psicomotor de modo a evidenciar que em cada momento do processo educativo deve se dar atenção a todos eles, para que se promova o desenvolvimento integral e harmonioso do educando. Verificar também que a qualidade e a característica do processo ensino-aprendizagem, mais do que seu conteúdo, é fator determinante do desenvolvimento de aprendizagens do domínio afetivo. A metodologia utilizada foi estudo de caso, em duas escolas públicas, relacionando a realidade e as situações vivenciadas em cada uma delas, pelos alunos, professores, escola como um todo e a família. Buscamos nesta pesquisa respostas para as inquietações e conflitos que fazem parte de nossa prática pedagógica, procurando auxiliar e promover nossos alunos, utilizando estratégias que visam a valorização do ser; apostamos nas possibilidades de êxito de um trabalho envolvendo a afetividade e as relações de amorosidade entre as pessoas. A pesquisa realizada abrangeu alunos de primeira e segunda série do Ensino Fundamental- Educação Básica, com histórico de repetência de no mínimo três anos na mesma série; teve como fator importante também, neste trabalho, o fato de os alunos serem avaliados com dificuldades de aprendizagem ou mesmo portadores de necessidades educacionais especiais. Foram norteadoras deste trabalho as seguintes
questões: se realmente a aprendizagem dos alunos pode estar relacionada ao seu desenvolvimento afetivo; qual a concepção do aluno e do professor sobre a afetividade e seu real valor; como o professor concebe e desenvolve a afetividade e relações interpessoais com seu grupo escolar; e se os alunos sem estrutura afetiva se desenvolvem adequadamente e qual a visão dos professores e consequentemente da escola sobre a afetividade.