Prevalência das neoplasias sólidas tratadas entre os anos de 2011 a 2016 no serviço de oncologia do Hospital Universitário de Santa Maria
Resumo
O câncer constitui-se em um problema de saúde pública, especialmente entre os países em desenvolvimento. Para que sejam estabelecidas medidas efetivas para o controle do câncer, são necessárias informações de qualidade, que possibilitem melhor compreensão sobre a doença e seus determinantes; bem como formulação de hipóteses causais; avaliação dos avanços tecnológicos aplicados à prevenção e tratamento e efetividade da atenção à saúde. O objetivo do estudo foi investigar a prevalência das neoplasias sólidas diagnosticadas entre os anos de 2011 a 2016 e tratadas no serviço de oncologia do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e o contexto oncológico existente. Trata-se de um estudo observacional, do tipo transversal. A população-alvo foi composta por pacientes adultos (18 anos ou mais) e idosos (60 anos ou mais) com diagnóstico de câncer sólido, realizado por meio de exame anatomopatológico entre os anos de 2011 a 2016, e que iniciaram tratamento oncológico, conforme consta na Autorização de Procedimento de Alta Complexidade em Oncologia (Apac/Oncologia). Foi selecionado um total de 2.757 pacientes, dos quais 1.493 eram do sexo feminino (54,2 %) e 1.264, do sexo masculino (45,8 %). A média de idade no momento do início do tratamento foi de 59,94 anos para ambos os sexos, com o intervalo de confiança de 95% (59,44 - 60,44). A maioria dos pacientes encontrava-se com idade entre 61 e 70 anos, totalizando 747 pacientes, seguido de 718 pacientes entre 51 e 60 anos. Ao todo, 31 sítios primários foram identificados, sendo as neoplasias mais prevalentes as localizadas: na mama, na próstata, na região colorretal e no pulmão, a maioria eram estádio IV (1.039 casos). Notou -se um percentual de número de casos de câncer de mama e esôfago acima do esperado e, em contrapartida, um percentual baixo de hepatocarcinoma, câncer de rim e tumores do sistema nervoso central. Os pacientes eram oriundos de toda a área de abrangência da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), em que 100% dos municípios referenciaram para a instituição, além de outras 9 localidades pertencentes a outras coordenadorias. A maioria dos dados obtidos é condizente com a realidade do Brasil, não se identificando alguma característica peculiar própria dessa região do estudo digna de nota, exceto pela diferença na prevalência de alguns tipos de câncer, fato que merece maiores estudos posteriores. Também não houve discrepâncias em uma análise regional. Por meio desse trabalho, foi possível demonstrar a situação do câncer e o perfil dos pacientes oncológicos atendidos em um centro de referência para 41 municípios, principalmente da região central do Estado do Rio Grande do Sul, o que pode ser útil na elaboração de políticas públicas para modificar o perfil identificado, além de servir de base para novos estudos nessa região.
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