Tendência temporal da prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes escolares: Uruguaiana/RS 2011 a 2018
Resumo
Evidências de estudos internacionais sugerem aumento do sobrepeso e da obesidade nas últimas décadas na população infantojuvenil. No entanto, ainda são escassas tais informações na população brasileira quando se trata de estudos de tendência temporal. Neste estudo analisamos as tendências temporais da prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 10 a 17 anos matriculados na rede pública de ensino da cidade de Uruguaiana/RS entre os anos de 2011 e 2018. Este é um estudo de corte transversal do tipo inquérito epidemiológico de base escolar. Participaram do estudo 616 escolares no ano de 2011 (banco de dados) e 285 escolares no ano de 2018, matriculados em cinco escolas da rede pública de ensino. Para mensurar o sobrepeso e a obesidade desta população, utilizou-se como indicadores antropométricos de sobrepeso e obesidade o índice de massa corporal, a circunferência da cintura e o somatório das dobras cutâneas tricipital e subescapular. Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva, e para testar as possíveis diferenças entre os dados de 2011 e 2018, foram utilizados o teste Qui-quadrado para heterogeneidade e o teste t de Student para amostras independentes. Um nível de significância de 5% foi adotado. De maneira geral, os resultados indicaram uma estabilização na prevalência de sobrepeso e obesidade na população estudada neste período. Os resultados das análises dos indicadores antropométricos de sobrepeso e obesidade utilizados demonstraram que tanto os valores médios, quanto as proporções de atendimento às recomendações aos pontos de corte encontrados em 2018, não apresentaram modificações estatisticamente significativas (P>0,05) para o índice de massa corporal e para o somatório das dobras cutâneas quando comparados aos resultados de 2011. A circunferência da cintura, por outro lado, apresentou aumento estatisticamente significativo (P<0,05) de cerca de dois centímetros no valor médio e um aumento, mesmo sem significância estatística, de cerca de cinco pontos percentuais na ocorrência de adolescentes com valores considerados aumentados. Conclui-se que, mesmo havendo sido detectada uma estabilização nos indicadores de sobrepeso e obesidade analisados, estes indicadores, assim como em outros estudos nacionais, se encontram estabilizados em valores elevados. Destaca-se a importância de um maior número de estudos sobre o tema e de um maior monitoramento destas variáveis para que ações de tratamento e prevenção ao sobrepeso e a obesidade sejam desenvolvidas para esta população.
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