Avaliação de potenciais biomarcadores séricos e salivares e do polimorfismo do gene da glutationa S-transferase P1 (GSTP1) na obesidade adulto jovem
Resumo
A obesidade e o excesso de peso são complexas síndromes clínicas responsáveis por
elevadas taxas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, pois são fatores de risco para
o desenvolvimento de Síndrome Metabólica, Diabetes mellitus, dislipidemia, aterosclerose,
hipertensão arterial, resistência à insulina, câncer entre outros. Vários mecanismos podem
contribuir para o excesso de peso e obesidade, incluindo uma produção anormal de
adipocinas, o estresse oxidativo, respostas pró-inflamatórias e inflamatórias, polimorfismos,
fatores ambientais e emocionais. O objetivo deste estudo foi investigar potenciais
biomarcadores séricos e salivares e o polimorfismo do gene da Glutationa-S-Transferase P1
(GSTP1) na obesidade adulto jovem. Através de um delineamento transversal foram
selecionados 149 adultos jovens entre 18 e 30 anos de ambos os sexos (54 de peso normal,
27 com sobrepeso e 68 obesos). A antropometria e parâmetros bioquímicos, inflamatórios,
oxidativos séricos e salivares foram avaliados assim como a frequência do polimorfismo
Ile105Val do gene do GSTP1. Os indivíduos obesos apresentaram níveis séricos mais baixos
de antioxidantes, adiponectina, HDL-c e níveis mais elevados de marcadores inflamatórios
(PCR-us, IL-6, resistina, RBP-4, ADA, DPP-IV), peroxidação lipídica e de parâmetros
bioquímicos. A atividade salivar da ADA, DPP-IV, a peroxidação lipídica foram maiores nos
pacientes obesos quando comparados com o grupo de peso normal. Níveis elevados de
resistina, RBP-4, IL-6, ADA, DPP-IV, peroxidação lipídica e níveis reduzidos de adiponectina
e antioxidantes podem favorecer a inflamação e o estresse oxidativo em organismos obesos
e contribuir para a diminuição da sensibilidade insulínica, aterosclerose e outras
consequências cardiometabólicas. A atividade da ADA e da DPP-IV, bem como, a
peroxidação lipídica salivar podem estar relacionados com a regulação do metabolismo da
glicose e inflamação na obesidade, uma vez que estes sistemas enzimáticos podem
interferir em funções do tecido adiposo, através da ação lipolítica e da redução dos níveis de
adenosina. A associação positiva entre o polimorfismo do GSTP1 e obesidade foi
observada, onde o genótipo GG foi encontrado apenas no grupo obeso e portadores de pelo
menos um alelo G apresentaram 2,4 vezes mais chance de obesidade quando comparados
com o genótipo AA, indicando que o polimorfismo do gene GSTP1 pode desempenhar um
papel significativo no aumento da susceptibilidade e risco de obesidade. Assim, conclue-se
que os biomarcadores estudados e o polimorfismo do GSTP1 possam ser ferramentes úteis
na identificação de alterações envolvidas nos processos inflamatórios e na resistência
insulínica presente nos grupos estudados, cuja relevância clínica é de extrema importância
na prevenção da obesidade da população jovem brasileira.
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