Ectoparasitas de pequenos mamíferos: fatores determinantes da estrutura de comunidades em paisagens fragmentadas no cerrado brasileiro
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2015-03-30Metadatos
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Por meio de um extenso esforço de captura, investiguei a relação de ectoparasitas (Ixodida, Mesostigmata,
Phthiraptera e Siphonaptera) com pequenos mamíferos em fragmentos de cerrado no centro-oeste do Brasil,
abordando questões relativas à diversidade de espécies, flutuação populacional, especificidade na relação
parasita-hospedeiro e à importância de fatores diversos sobre a organização estrutural das comunidades de
ectoparasitas. De maneira geral, ampliei a área de ocorrência conhecida para 30 espécies de ectoparasitas, bem
como apresento 39 novos registros de associação parasita-hospedeiro. Acerca da flutuação populacional, avaliei
o efeito da sazonalidade e do sexo dos hospedeiros sobre a prevalência e intensidade média de infestação de
várias espécies de ectoparasitas e encontrei que, no geral, espécies de carrapatos são mais influenciadas pela
sazonalidade do que as demais espécies, enquanto que o sexo do hospedeiro praticamente não interfere na
prevalência e intensidade média de infestação por ectoparasitas. Acerca da especificidade, investiguei qual o
grau de associação dos ectoparasitas (ácaros, piolhos e pulga) com seus hospedeiros, bem como dos hospedeiros
com seus ectoparasitas. Como resultado, observei que cada espécie de hospedeiro apresenta uma fauna
parasitária particular e existe uma alta especificidade destes ectoparasitas com seus hospedeiros. Avaliei ainda a
importância de características relacionadas aos hospedeiros (identidade, sexo, massa, estratificação vertical na
floresta e sazonalidade de captura) sobre a organização estrutural da comunidade de ectoparasitas, bem como de
ácaros, carrapatos e piolhos isoladamente. Encontrei que a identidade do hospedeiro tem papel preponderante na
organização da comunidade de ectoparasitas. Ácaros também são influenciados principalmente pela identidade
dos hospedeiros. A massa do hospedeiro exerce forte influência sobre a riqueza e abundância de carrapatos,
enquanto que os piolhos são pouco influenciados pelos fatores analisados, à exceção da riqueza de espécies, que
é altamente influenciada pela identidade do hospedeiro. Os demais fatores analisados tiveram baixa ou nenhuma
influência sobre os diferentes grupos de ectoparasitas avaliados. Por fim avaliei o efeito da fragmentação do
habitat (tamanho de área e quantidade de vegetação na paisagem), sobre toda a comunidade de ectoparasitas, e
para ácaros, carrapatos e piolhos isoladamente. Analisei ainda o efeito da fragmentação sobre os carrapatos de
Didelphis albiventris e todos os ectoparasitas de Thrichomys fosteri, que são hospedeiros com ecologias
divergentes em paisagens fragmentadas. Como resultado, observei que, de maneira geral, a fragmentação
influencia os parâmetros da comunidade de ectoparasitas, sendo que carrapatos são beneficiados pela
fragmentação, piolhos são prejudicados, e ácaros não são afetados. Porém, na maioria dos casos, essa influência
é dependente da composição ou abundância das espécies hospedeiras. As exceções são os ectoparasitas de T.
fosteri que, além de serem afetados por meio da abundância do seu hospedeiro, apresentam uma relação direta
com o tamanho de área e quantidade de vegetação na paisagem. Compreender as relações dos ectoparasitas com
seus hospedeiros e destes com o ambiente fornece uma valiosa oportunidade para o entendimento de diferentes
processos ecológicos que envolvem estas interrelações, além daquelas de seus hospedeiros. Além disso, entender
as respostas dos ectoparasitas à fragmentação fornecem pistas sobre como a diversidade local esta sendo afetada
e as consequências destes efeitos.
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