Avaliação de biomarcadores de estresse oxidativo no diabetes mellitus gestacional
Resumo
O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma intolerância à glicose com início durante a gestação. É um distúrbio frequente e sua incidência está crescendo entre as gestantes. A hiperglicemia resultante do DMG está associada à formação de espécies reativas de oxigênio (EROs) em excesso, as quais são capazes de aumentar o estresse oxidativo e prejudicar a saúde tanto materna quanto fetal. A enzima δ-Aminolevulinato desidratase (δ-ALA-D) é sensível a situações oxidativas, como a hiperglicemia. O objetivo deste trabalho foi avaliar biomarcadores de estresse oxidativo em gestantes com DMG e sua relação com a atividade da δ-ALA-D, a fim de analisar o perfil oxidativo dessas gestantes no transcurso desta doença. A avaliação foi realizada em 48 gestantes com DMG e 30 gestantes saudáveis (controles), ambos os grupos estavam no terceiro trimestre gestacional. A atividade da δ-ALA-D foi mensurada em amostra de sangue total. A peroxidação lipídica foi avaliada através da quantificação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no plasma e em eritrócitos. Já para a análise do perfil antioxidante foram quantificados os níveis de vitamina C (VIT C) no plasma, da enzima catalase (CAT) em eritrócitos, e dos grupos tióis protéicos (P-SH) em plasma e não-protéicos (NP-SH) em eritrócitos. Os resultados demonstraram uma redução da atividade da δ-ALA-D, assim como um aumento de seu índice de reativação nas gestantes com DMG quando comparadas as controles (p<0,05). Além disso, houve aumento dos níveis de TBARS no grupo DMG (p<0,05). Os antioxidantes avaliados nas gestantes com DMG apresentaram níveis reduzidos quando comparados as controles (p<0,05). Além disso, houve correlações significativas entre δ-ALA-D e os níveis de NP-SH, índice de reativação e TBARS de eritrócitos; este último também foi correlacionado com os níveis de glicose de jejum em mulheres com diabetes gestacional. Portanto, houve um aumento do estresse oxidativo em mulheres com DMG, diferente do estresse de uma gestação normoglicêmica. Em paralelo ao aumento do estresse oxidativo foi observada uma redução da atividade da δ-ALA-D, a qual demonstrou ser sensível ao ambiente hiperglicêmico que surgiu durante a gestação. Assim, a utilização de δ-ALA-D em conjunto com outros marcadores de estresse oxidativo pode ser importante para avaliar processos metabólicos que estão debilitados, como no DMG.
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