Influência da prática do futebol sobre características neuromecânicas dos pés de jovens futebolistas
Resumo
O futebol é uma das modalidades esportivas mais populares no mundo. A prática do futebol envolve diferentes gestos visando deslocamentos, disputas por espaço pela bola, chutes e mudanças de direção. Muitos desses gestos têm sido estudados visando uma melhor execução maximizando o desempenho e buscando minimizar os riscos de lesão. A alta demanda de treinamento e competição contribui para uma alta ocorrência de lesões, especialmente nos membros inferiores. Uma dessas lesões é a fratura do quinto metatarso, que não apresenta grande incidência mas é considerada uma lesão grave, especialmente pela taxa de reincidência e o tipo de tratamento a ser adotado. Estudos com atletas adultos sugerem que padrões de distribuição de carga plantar em tarefas dinâmicas podem ser relacionados com risco aumentado para esta lesão em adultos. Além disso, algumas variáveis relacionadas com a propriocepção e alinhamento dos membros inferiores também podem contribuir para esse maior risco de lesão; mas será que em jovens futebolistas existem adaptações que refletem um risco de fratura do quinto metatarso? Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi determinar se a prática sistemática de futebol por jovens adolescentes afeta características neuromecânicas dos pés que possuem alguma relação com a lesão do quinto metatarso. Foram selecionados 26 jovens com média de idade 16 anos, formando dois grupos: grupo futebol (n=13) e grupo controle (n=13). Os grupos foram comparados quanto a sensibilidade plantar, amplitude de movimento do tornozelo, ângulo Q e distribuição de pressão plantar. A distribuição da pressão plantar foi avaliada na corrida em linha reta, mudança de direção e salto vertical. O grupo de futebol foi avaliado usando tênis e chuteira, e o grupo controle apenas uma tênis. Os grupos não diferiram quanto a sensibilidade plantar, amplitude de movimento do tornozelo e ângulo Q. No entanto, jovens atletas de futebol apresentaram maior pico de pressão, principalmente na região lateral dos pés quando usando chuteira, quando comparados ao grupo controle. Em resumo, nossos resultados mostram que jovens futebolistas apresentam padrões de distribuição de pressão plantar que aumentam o estresse sobre a região do quinto metatarso, quando comparados a jovens que não praticam futebol, o que pode ser um fator de risco adicional para essa lesão na fase adulta.
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