Investigação da resistência bacteriana e avaliação de metodologias em isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp. de diferentes anos em um hospital universitário
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2017-04-28Metadatos
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Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp. são microrganismos relatados mundialmente como patógenos de elevada prevalência na etiologia de infecções nosocomiais, são oportunistas e possuem importância clínica nas Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. A elevada resistência aos antimicrobianos que estas espécies apresentam é um grande desafio na medicina atual. Sendo assim, o presente trabalho objetivou investigar a resistência bacteriana em isolados de P. aeruginosa e Acinetobacter spp. coletados em dois períodos (agosto de 2011e janeiro de 2012 e agosto de 2015 a janeiro de 2016) oriundos de um hospital universitário no sul do Brasil, bem como avaliar metodologias para identificação da resistência ao meropenem em isolados da coleção de 2011/2012 e identificar a resistência a colistina nos isolados da coleção 2015/2016. Nesta pesquisa foram incluídos 63 isolados de P. aeruginosa e 39 de Acinetobacter spp. (2011/2012), assim como 231 de P. aeruginosa e 62 de Acinetobacter spp. (2015/2016) de diversos espécimes clínicos provenientes do Hospital Universitário de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Realizaram-se as análises dos perfis de resistência aos antimicrobianos em todos os isolados clínicos dos anos de 2011/2012 e 2015/2016 e a investigação da resistência à colistina nos isolados da coleção de 2015/2016 por meio do teste de suscetibilidade aos antimicrobianos em sistema automatizado VITEK®2-bioMérieux. As metodologias de difusão do disco e as automatizadas MicroScan®-SIEMENS e VITEK®2-bioMérieux foram avaliadas estatísticamente quando comparadas a metodologia de microdiluição em caldo, técnica considerada padrão para identificação da resistência ao carbapenêmico meropenem. Na avaliação do perfil dos isolados, detectou-se redução na resistência ao imipenem e meropenem em P. aeruginosa de 64,10% para 53,24%, de 2011/2012 para 2015/2016. Nos Acinetobacter spp. também foi observada esta diminuição, de 88,57% para 74,19% entre os dois períodos. Em relação à avaliação das metodologias para identificação da resistência ao carbapenêmico meropenem nos isolados de 2011/2012, a difusão do disco apresentou 91% de sensibilidade, 77% de especificidade e 86% de acurácia, demonstrando boa concordância com o método padrão (Kappa (K) = 0,688), enquanto a metodologia automatizada MicroScan®-SIEMENS apresentou 100%, 77% e 92%, respectivamente para os mesmos quesitos anteriores e a concordância foi maior (K = 0,820 - ótima concordância). Já a metodologia automatizada VITEK®2-bioMérieux a sensibilidade foi de 97%, 55% de especificdade e 82% de acurácia e o índice foi considerado regular (K = 0,577). Foi identificada a resistência à colistina nos isolados de 2015/2016 em nove cepas de P. aeruginosa (9/231-3,89%) e nenhum Acinetobacter spp.. A partir do perfil de resistência dos isolados avaliados, pode-se concluir que P. aeruginosa e Acinetobacter spp., de 2015/2016 mostraram-se mais sensíveis frente a grande maioria dos antimicrobianos testados, contudo, foi identificado a presença da resistência a colistina nestas cepas, fato que é impactante pois este antimicrobiano constitui a principal opção terapêutica para o tratamento de bactérias multirresistentes. Os dados deste estudo, permitem recomendar a associação de metodologias para identificação correta da resistência ao carbapenêmico meropenem, nesta pesquisa, a difusão do disco e MicroScan®-SIEMENS se mostraram boas metodologias para identificar este tipo de resistência. Além disso, os resultados obtidos mostram a necessidade do monitoramento contínuo de P. aeruginosa e Acinetobacter spp. nosocomiais buscando minimizar a multirresistência nestes isolados e avaliar o padrão local de resistência.
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