Atividade elétrica muscular, funcionalidade de membros superiores e dor em mulheres mastectomizadas com e sem reconstrução mamária
Resumo
Este estudo propôs-se a avaliar a atividade elétrica muscular do complexo do ombro, a funcionalidade do membro superior e dor em mulheres submetidas a mastectomia com e sem reconstrução mamária. Para isto, foi realizado um estudo caso controle, no qual foram avaliadas 24 mulheres que realizaram cirurgia de mastectomia radical modificada unilateral. As participantes estavam na faixa etária de 29 a 70 anos, com tempo de cirurgia de noventa dias a cinco anos e deveriam ter finalizado a terapia adjuvante há pelo menos três meses. Foram divididas em 2 grupos: grupo mastectomia sem reconstrução mamária (grupo SR, n=12) e grupo com reconstrução mamária (grupo CR, n=12). Os critérios de exclusão foram: presença de linfedema; patologias musculoesqueléticas ou nervosas do membro superior, diagnosticadas previamente ao surgimento do câncer de mama; incapazes de realizar os testes (por limitação de amplitude de movimento ou dor intensa); portadoras de marcapasso; obesidade; alergia a material adesivo; sinais de infecção ativa. Este trabalho foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSM (CAAE nº: 52451215.0.0000.5346) e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Elas foram avaliadas quanto a atividade EMG dos músculos peitoral maior (PM), deltoide médio (DM), trapézio superior (TS), trapézio médio (TM), trapézio inferior (TI) durante a realização de duas tarefas (tarefa funcional no plano sagital, denominada alcance na prateleira – AP e elevação do ombro no plano escapular - PE). Também foram avaliadas quanto a funcionalidade (através do questionário DASH) e a intensidade da dor no ombro (através da EVA). Foi encontrada maior atividade EMG no grupo CR para os músculos TM (p = 0,017) e TI (p<0,001). A funcionalidade e a dor não apresentaram diferença entre os grupos (p>0,05). Houve algumas correlações positivas, de moderadas a fortes entre atividade EMG versus dor, atividade EMG versus funcionalidade e dor versus funcionalidade. A reconstrução mamária imediata após a mastectomia influencia no aumento da atividade EMG dos músculos TM e TI. Sugere-se que para manter suas atividades funcionais existe a compensação do TM para estabilizar a escápula e permitir o movimento normal do complexo do ombro. Existe relação da atividade EMG de alguns músculos do complexo do ombro com a dor e com a funcionalidade.
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