Estágio como processo formativo na educação infantil: ressignificando os espaços
Abstract
Este trabalho de Conclusão de Curso da Pedagogia noturno é resultado de um processo
formativo, reflexivo sobre a prática desenvolvida durante o estágio Curricular obrigatório
realizado na Educação Infantil, no segundo semestre de 2018, em uma Escola Municipal da
zona oeste do Município de Santa Maria, RS,em uma turma de Pré-Escola. Tem por
objetivo interpretar a prática de estágio, através das narrativas de uma docência com
crianças, uma docência intencional que organiza os espaços e tempos que buscam superar
uma rotina engessada; compreender os desafios da docência a partir dos espaços propostos
através das escutas das crianças, dos registros e análises diárias e do relatório de estágio.
Discutir os espaços físicos da sala e da escola, problematizando e organizando propostas,
espaços de garantia dos direitos das crianças, das suas infâncias, do convívio com as
diferenças na educação Infantil. O caminho metodológico construído partiu das narrativas
do cotidiano, do vivido no estágio, da complexidade da docência no estágio, para quem
inicia numa realidade em que precisa contrapor o que aprendeu, as teorias, os
conhecimentos construídos, a legislação com as práticas cristalizadas da escola. São
narrativas contadas, experiências vividas, trajetórias que assumem caminhos inesperados,
presentes na memória dos registros e análises teórica realizadas diariamente, que serviam
para pensar o planejamento para as crianças da turma pré A, para compreender os desafios
da docência, os espaços propostos e organizados a partir das escutas das
crianças.ParaLarossa (1996), o tempo das nossas vidas é, então, o tempo narrado; é o tempo
articulado em uma história; é a história de nós mesmos, como somos capazes de imaginá-
lo, interpretá-lo, contá-lo e dizer (nós).(p.468).Tais reflexões partem das teorias de
Larrosa(2006), DCNEI, 2009, Parecer 20 das DCNEI, 2009, Ceppi e Zini (2013),
Freire(1986), Horn (2004 e 2017), Farias (2011). Concluo que me constituí uma docente
comprometida, que ousou, pois não tenho como ser diferente frente ao que vivi, que se
apresentaram nas minhas narrativas, vivências, os desafios da docência durante o estágio,
com crianças em espaços dentro e fora da sala, as interações entre as crianças, entre as
crianças os adultos e as materialidades, a vida que as crianças davam nos espaços, o
protagonismo na ocupação, a construção e reconstrução desses espaços. As crianças
clamam por uma outra docência, uma outra instituição de educação infantil, por espaços
coletivos abertos a criação, a invenção, a leveza da infância, pensados para as crianças,
pelas crianças, onde suas vozes são ouvidas, escutadas e contempladas.