Modelo de mensuração da competitividade em empresas de base tecnológica na perspectiva do comportamento empreendedor do gestor diante do ciclo organizacional do negócio
Resumo
O tema empreendedorismo, emergente e atual, é considerado como veículo ideal para inovar, aumentar a
produtividade e melhorar modelos de negócios. A pesquisa focada na atividade empreendedora e seus
desdobramentos vêm sendo valorizada como uma das principais bases do crescimento econômico e da geração de
emprego e renda na atualidade. No centro da temática tem-se a figura do empreendedor que, para os investigadores
dessa área, é um elemento importante a ser estudado no contexto organizacional, pois suas características
comportamentais podem ser alteradas e afetadas por mudanças no ambiente e pelas diferentes etapas vivenciadas
em seu negócio. Percebe-se, então, que a velocidade das transformações econômicas e tecnológicas no ambiente
social e no mundo dos negócios exige do empreendedor capacidades cada vez mais adaptativas para que consiga
manter a competitividade. Esse estudo focou em empresas de base tecnológica – EBTs – inseridas dentro de
incubadoras localizadas no extremo sul do Rio Grande do Sul. Esse tipo de negócio possui elevada tecnologia,
baseadas em princípios e processos inovadores, inéditos ou não, formadas para fabricar produtos ou serviços com
cunho tecnológico. O objetivo dessa tese de doutorado foi propor um modelo capaz de medir e avaliar a
competitividade em empresas de base tecnológica na perspectiva do comportamento empreendedor do gestor
diante das diferentes etapas do ciclo organizacional do negócio e, para a concepção deste foram abordados eixos
temáticos: empresas de base tecnológica, ciclo organizacional do negócio, comportamento empreendedor,
competitividade, sistema de mensuração de desempenho e elementos multicritério para tomada de decisão. A partir
do objetivo geral, utilizou-se as abordagens quantitativa e qualitativa, do tipo exploratória e descritiva, com base
em uma pesquisa teórica-empírica fundamentada no indivíduo. Aplicou-se dois instrumentos de coleta de dados,
um questionário estruturado com base nas CCEs de McClelland (1987) aos 31 gestores das EBTs mapeadas para
a pesquisa e, um roteiro de entrevista semiestruturada para uma amostra de 11 gestores. Os dados foram tratados
por meio do método Sistema de Mensuração de Desempenho Key Performance Indicators, utilizando elementos
da Análise Hierárquica de Processos em uma abordagem multicriterial, onde foram analisados os critérios de forma
pareada, também se utilizou da técnica de análise de conteúdo e triangulação de dados. As EBTs foram
classificadas dentro das etapas do ciclo organizacional e ao final, o estudo demonstrou por meio de um modelo
que a competitividade da EBT pode ser medida e avaliada na perspectiva do comportamento empreendedor e que
as características desse comportamento, em intensidades diferentes, foram os fatores que interferiram no resultado
da competitividade. Os dados adicionados no modelo proposto e desenvolvido resultaram no índice de
comportamento empreendedor daquele gestor investigado, sendo que a maioria deles apresentou intensidade alta
ou plena de CCEs, e esse índice ao ser correlacionado com os níveis de competitividade, atribuindo os mesmos
resultados em escala correspondente, evidenciou-se em nível N4 para todas as etapas, significando que as EBTs
foram consideradas plenamente competitivas na perspectiva comportamental porque seus gestores apresentaram
comportamentos alinhados com as características do comportamento empreendedor tanto na abordagem
quantitativa quanto na amostra da abordagem qualitativa. A identificação dos comportamentos de maior ou menor
predominância por etapa do ciclo foram os norteadores da competitividade e essa identificação tende a melhorar a
própria gestão que reflete diretamente na tomada de decisão. Dessa forma, a importância dessa pesquisa se deu
principalmente pela oportunidade de desenvolver um modelo específico de mensuração de intangível e pela
possibilidade do gestor entender melhor o seu desempenho e suas ações refletidas por meio de seu comportamento.
Esse entendimento pode desenvolver competências, fortalecer habilidades, sanar lacunas, buscar melhorias,
diminuir incertezas, favorecer o êxito do próprio negócio e contribuir para o crescimento e desenvolvimento
econômico do meio em que a EBT está inserida.
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