Comparação do processo de regeneração natural em áreas com diferentes usos do solo
Resumo
A regeneração natural é fundamental para a recuperação de áreas degradadas e manutenção das florestas, pois
através dela ocorre a reposição de espécies locais e o surgimento de outras, garantindo a continuidade da sucessão
ecológica. É por meio da regeneração que as florestas se recuperam de eventos naturais ou antrópicos. A forma
como a floresta se regenera depende de mecanismos que auxiliem na chegada de novos propágulos na área e no
estabelecimento de novos indivíduos, dentre eles, destacam-se: produção de frutos, banco de sementes, banco de
plântulas, presença de dispersores e características do solo. Através do monitoramento da regeneração e dos
mecanismos citados anteriormente, tem-se uma resposta sobre o funcionamento do sistema e do desenvolvimento
da floresta. O objetivo desta dissertação foi avaliar os mecanismos que atuam na regeneração natural. Além dos
regenerantes, foram avaliados os seguintes indicadores: chuva de sementes, fauna epiedáfica, serapilheira
estocada, presença de avifauna dispersora e caracterização química do solo. O estudo foi realizado em uma parcela
de 20 x 45 m (900 m²) delimitada dentro de cada área de estudo. A regeneração natural foi avaliada em três
transectos instalados em cada parcela, e o restante dos indicadores em locais próximos aos transectos. O acúmulo
de acículas de P.elliotti na área 1 pode estar sendo um fator limitante, representando uma barreira na germinação
de espécies arbóreas que irão formar futuramente a regeneração natural local. O fato de a espécie E. bifida ser a
principal colonizadora na área 3, demonstra seu potencial na colonização de áreas abertas e na retomada da
sucessão florestal, porém, a presença de indivíduos de P. elliotti na área é um fator negativo, demonstrando o
potencial de contaminação da espécie, a qual deve ser retirada. A prevalência de espécies de aves de hábito onívoro
nas três áreas de estudo é um fator positivo, indicando que espécies generalistas persistem em ambientes alterados,
sendo importantes na dispersão de propágulos que irão formar a regeneração natural futuramente. As coberturas
vegetais influenciaram na população da faunaepiedáfica, sendo as cedidas pelas espécies P. elliotti e E. saligna
restritivas, desfavorecendo a abundância da maioria das ordens encontradas. As folhas e características melíferas
da espécie E. bifida foram favoráveis para uma melhor distribuição entre as ordens na área 3. Outro fator que pode
ter interferido na abundância foi a umidade do solo, sendo favorável para o predomínio de indivíduos da ordem
collembola nas áreas 1 e 2. De modo geral, os solos das três áreas não apresentaram valores muito distintos quanto
aos indicadores químicos do solo, apresentando pH ácido típicos de regiões subtropicais. Os resultados
demonstraram que atributos como um sub-bosque mais bem desenvolvido, juntamente com as 11 espécies
catalogadas na regeneração natural, com destaque para Eugenia uniflora e Solanum mauritianum, indicam que a
área 2 está sendo recuperada de forma mais rápida que as demais.
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