Modelo estatístico de previsão de produtividade de soja e arroz para o Rio Grande do Sul
Resumo
Nesta pesquisa de doutorado, destaca-se a utilidade da inserção de indicadores climáticos
em um modelo estatístico de previsão de produtividade de arroz e soja no Rio Grande do
Sul. Inicialmente, dados de produtividade das duas culturas fornecidos pelo IBGE foram
separados em grupos de comportamento homogêneo em termo da produtividade média.
Para a soja, o período de estudo foi de 1974 a 2013, escluindo-se a safra de 1983 por
não constar na base de dados. Destaca-se a região nordeste do Estado com maior produtividade,
enquanto os municípios situados no noroeste apresentam as séries com menor
produtividade média. Na cultura do arroz, o estudo compreendeu os anos de 1990 a 2013
e o oeste e sul do Estado apresentam a maior produtividade média ao longo do período
de estudo e nos municípios da depressão central e próximos a Lagoa dos Patos são observadas
a menor produtividade média. Após esta etapa, foram realizadas correlações
defasadas entre indicadores climáticos e a produtividade média de cada um dos grupos
homogêneos de forma a identificar padrões de teleconexão que exerçam influência na
variabilidade interanual de produtividade de arroz e soja no Estado. Para a soja, os indicadores
climáticos que apresentaram maiores correlações foram a Oscilação Ártica, a
Oscilação do Atlântico Norte além de uma região no Oceano Atlântico Sul entre 20°S/30°S
e 20°W/40°W. De forma geral, o arroz apresentou correlações mais elevadas que a soja,
destacando-se, principalmente, os índices referentes as componentes oceânica e atmosférica
do fenômeno El Niño Oscilação Sul e o índice referente a Oscilação Decadal do
Pacífico. Além dos índices de maior correlação com cada grupo homogêneo, referente as
culturas do arroz e da soja, foram adicionadas áreas de Temperatura da Superfície do Mar
do oceano global com elevada correlação com a produtividade para a elaboração de um
modelo estatístico de regressão para a previsão de safra no Rio Grande do Sul. Por meio
do método da Regressão de Componentes Principais, foram selecionadas as combinações
de índices que fornecessem a melhor previsão para cada grupo e cultura com o intuito de
fornecer no mês de outubro, período em que se inicia a maior parte do plantio de soja e arroz
no Estado, uma estimativa de produtividade baseada em indicadores obtidos até o mês
de setembro. O modelo apresentou bons resultados, incluindo-se, assim, como ferramenta
de apoio no planejamento de safra de arroz e soja no Estado gaúcho. À medida que ocorre
o avanço no plantio e desenvolvimento das culturas, o modelo pode ser atualizado com a
inclusão de novos índices e ser, também, útil como ferramenta de acompanhamento de
safra e de auxílio para eventuais correções de estimativas que necessitem ser realizadas.
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