Prevalência de fatores de risco modificáveis para doenças cardiovasculares: idosos de zona urbana e rural
Resumo
O Brasil é uma nação envelhecida até a metade do século, aumentando o seu número de idosos de uma maneira mais acelerada em comparação a outros países e as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) estão associadas a este processo de envelhecimento. As DCNT são responsáveis por consideráveis números de óbitos e incapacidades, dentre elas, destacam-se as Doenças Cardiovasculares (DCVs) por serem mais comuns na população. Sendo assim, é vital que informações acerca de hábitos de vida e condição de saúde da população sejam consideradas na criação de políticas públicas. Portanto, torna-se pertinente a pesquisa a respeito de fatores de risco cardiovascular que possam interferir na saúde da população idosa. O objetivo do estudo foi verificar a prevalência de fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento de DCVs em idosos residentes nos meios urbano e rural, com diferentes níveis sócioeconômicos de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. A cidade de Santa Maria tem 41 bairros urbanos e nove distritos rurais com população 276.108 habitantes, sendo 33.000 idosos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram selecionados três bairros urbanos e três distritos rurais que compreendessem a renda menor, média e maior e tivessem o mesmo percentual de idosos. Sendo assim, 202 idosos foram selecionados para o estudo em três bairros urbanos de diferentes níveis socioeconômicos e 72 nos distritos rurais. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados quatro questionários: o Mini Exame do Estado Mental para avaliar o estado cognitivo, o Questionário Internacional de Atividade Física adaptado para idoso para estimar o nível de atividade física (NAF) e uma anamnese para buscar informações a respeito das características sociodemográficas, socioeconômicas, dados sobre o estilo de vida e dados gerais de saúde. Utilizou-se, ainda, uma ficha de avaliação para coletar dados antopométricos e hemodinâmicos. As análises estatísticas foram realizadas através do software SPSS, versão 13.0. Inicialmente foi realizada a estatística descritiva. Foi utilizado o teste qui-quadrado para as comparações das variáveis categóricas entre sexos, localidade e renda. O nível de significância adotado foi de 5% em todos os testes. Houve diferença significativa no NAF de idosos do meio rural e urbano e nas diferentes rendas e sexos. Observou-se diferença significativa na prevalência de dislipidemia e hipertensão entre idosos do meio rural em comparação ao urbano. Entre os sexos observou-se diferença na prevalência de tabagismo e circunferência da cintura elevada. A população estudada apresentou alta prevalência de Índeice de Massa Corporal (IMC) elevado e pressão arterial sistólica de risco. Houve diferença significativa na prevalência de fatores de risco modificáveis entre os meios urbano e rural, sendo que os idosos do meio urbano apresentaram maior prevalência de fatores de risco em comparação aos do meio rural, além disso obteve-se diferença significativa entre as rendas baixa, média e alta sendo que os idosos de baixa renda apresentaram maior prevalência de fatores de riscos modificáveis. As mulheres apresentaram maior prevalência de fatores de risco em comparação aos homens.
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