Entre indicadores e novidades: a sustentabilidade dos agroecossistemas em transição agroecológica no território central do RS
Resumo
O presente estudo se propôs a analisar como a produção de novidades pelas famílias agricultoras no Território Central do Estado do Rio Grande do Sul (RS) influencia na sustentabilidade de agroecossistemas em transição agroecológica. Foram pesquisados 08 agroecossistemas localizados nos municípios de Santa Maria, São João do Polêsine, Agudo, Júlio de Castilhos, Santiago e Dona Francisca. O estudo foi realizado pautando-se em métodos quali-quantitavos, sendo que para verificar a sustentabilidade dos agroecossistemas foi utilizada a ferramenta “Marco de Avaluación de Sistemas de Manejo de Recursos Naturales Incorporando Indicadores de Sustentabilidad” - MESMIS, a qual, através de uma metodologia participativa, visa à construção de indicadores. Assim, foram elaborados 12 indicadores de sustentabilidade, os quais são: Indicador de Sustentabilidade Assistência Técnica Agroecológica; Diversificação dos Canais de Comercialização; Receptividade para o Conhecimento Agroecológico; Contratação de Mão de Obra Externa; Sucessão Familiar; Informações sobre a Agroecologia; Nível de Transição Agroecológica; Diversificação de Atividades Produtivas; Experiências Empíricas; Qualidade da Água; Qualidade de Vida; e Qualidade do Solo. Após a mensuração dos indicadores, constatou-se que os agroecossistemas apresentam bons níveis de sustentabilidade, sendo que o Indicador de Sustentabilidade Experiências Empíricas e o Indicador de Sustentabilidade Informações sobre Agroecologia apresentaram os melhores resultados e o Indicador de Sustentabilidade Assistência Técnica Agroecológica e o Indicador de Sustentabilidade Contratação de Mão de Obra Externa os mais preocupantes. Depois, foi verificada a ocorrência de novidades em cada agroecossistema, analisando a sua influência em cada indicador, o que evidenciou que essa ocorre com maior incidência nos Indicadores de Sustentabilidade de Experiências Empíricas e Nível de Transição Agroecológica e com menor nos que apresentaram os níveis mais baixos de sustentabilidade. Além disso, as famílias agricultoras não percebem as novidades que produzem como um diferencial, isso já está incorporado ao seu dia a dia. Como grande parte dessas surgiram em momentos de necessidade, para cumprir o papel de tecnologias ou estratégias que não se tornavam viáveis, na maioria das vezes são entendidas como um “quebra-galho”, não sendo atrelada a elas a sua real importância para a manutenção dos agroecossistemas. Por fim, constatou-se que as novidades produzidas influenciam diretamente na sustentabilidade dos agroecossistemas, sendo consideradas primordiais no processo de transição agroecológica.
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