A (in)visibilidade de famílias homoafetivas durante atendimentos nos serviços de saúde
Resumo
Introdução: Família é um conjunto de indivíduos unidos entre si, seja por aliança, filiação,
adoção, parentesco, coabitação ou socioafetividade. É preciso compreendê-la como uma
instituição historicamente determinada que corresponde às necessidades da sociedade. Nessa
perspectiva, há o reconhecimento do direito de ser família e do respeito à formação das famílias
homoafetivas. Dessa forma, formulou-se a questão pesquisa: como ocorre a experiência
interacional de famílias homoafetivas no atendimento recebido em serviços de saúde, segundo
a perspectiva das famílias? E, como objetivo: Conhecer a experiência interacional de famílias
homoafetivas no atendimento recebido em serviços de saúde, segundo a perspectiva das
famílias. Refere-se a um estudo de abordagem qualitativa. O referencial teórico utilizado foi o
interacionismo simbólico, que estuda a compreensão da ação humana a partir de interações
sociais. Metodologia: Participaram do estudo nove famílias homoafetivas, sendo dois casais do
gênero masculino e sete do feminino, residentes em cidades do interior do estado do Rio Grande
do Sul. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as famílias participantes, as
entrevistas ocorrem do mês de março a setembro de 2017. A captação das famílias ocorreu de
três maneiras: pelas estratégias de saúde da família (ESF) pela ABRAFH e pela técnica
Snowball. Os dados foram analisados pelo método espital de proposto por Creswell. Foram
respeitados os aspectos éticos seguindo a Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde que diz respeito a pesquisas sobre seres humanos. Resultados: As famílias homoafetivas
ao consultarem nos serviços de saúde enfrentam dificuldades e se sentem tratadas de maneira
diferente devido sua constituição familiar. Muitas vezes essas famílias não se sentem
reconhecidas dentro dos espaços de saúde, o que contribui para a não visibilidade delas nesses
ambientes. As famílias também referem que, muitas vezes, por mais que não ocorra revelação
falada, é perceptível os laços afetivos entre os membros presentes no atendimento, que por
diversas vezes são ignorados pelos profissionais da saúde. Essas situações caracterizadas como
negativas, fazem com que as famílias temam se revelar como homoafetivas dentro dos espaços
de saúde, pois sentem que precisam proteger a si enquanto unidade e aos seus membros como
indivíduos do preconceito e da discriminação, para não correr riscos de expor-se, não ser
compreendidas e sofrer qualquer tipo de desconforto emocional durante o atendimento prestado
pelos profissionais. A (in) visibilidade, foi assim colocada, entre parênteses, pois se percebe
que essas famílias, muitas vezes, são vistas pelos profissionais da saúde, mas não são
reconhecidas por eles enquanto famílias.
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