O processo do reconhecimento em Henri Bergson: metafísica do tempo e da memória
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2019-08-16Metadatos
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O objetivo deste trabalho é demonstrar como a metafísica de Bergson sobre o tempo e a memória conduziram-no às suas teses sobre o reconhecimento. O entrelaçamento entre estes temas é apresentado já em Matéria e Memória, entretanto, é durante um curso posterior, sobre a História das Teorias da Memória, que Bergson trabalha ambos em relação a um problema específico, o reconhecimento. Como reconhecemos um objeto, uma pessoa ou som, por exemplo? A investigação de como acontece o processo do reconhecimento se dá a partir da concepção bergsoniana de tempo e memória porque, para Bergson, o reconhecimento é uma ligação entre o passado e o presente e entre a percepção e a memória. Entretanto, a percepção que participa do ato de reconhecer não é uma percepção comum, é o que Bergson chama de esquema dinâmico. Deste modo, o reconhecimento depende de um processo em que estejam envolvidas as informações evocadas pela memória (souvenirs) e os dados obtidos pela percepção no momento presente. Bergson afirma que há três tipos de reconhecimento, dois impessoais e um pessoal. No reconhecimento motor, embora não haja evocação de lembranças, há participação inconsciente de movimentos aprendidos no passado. O reconhecimento de imagens diz respeito às situações em que identificamos os mais diversos objetos, lugares, palavras. O terceiro tipo de reconhecimento é chamado por Bergson de reconhecimento pessoal, pois nele, o sujeito reconhece as informações apresentadas como fazendo parte da sua própria história. Ou seja, enquanto os dois primeiros tipos de reconhecimento não envolvem a história do próprio sujeito, o terceiro tipo requer necessariamente que o sujeito evoque a relação passada entre ele e o objeto percebido. Ao elaborar a sua ideia sobre como acontece o reconhecimento, Bergson analisa algumas teorias sobre a memória, algumas anteriores à sua época e outras contemporâneas a ele. Entre estas teorias, Bergson concede atenção principalmente à chamada psicologia associacionista, pois a considera equivocada em diversos pontos. Toda a argumentação bergsoniana sobre o processo do reconhecimento depende da sua teoria da memória, por sua vez, ligada à noção bergsoniana de tempo. Portanto, as teses de Bergson sobre o reconhecimento resultam das suas hipóteses metafísicas sobre o que o tempo e a memória são. A sua investigação sobre a natureza do passado, do presente, da memória e da percepção e de como acontecem as relações entre eles conduz à sua conclusão de que o ato de reconhecer é um momento de cooperação entre todos estes elementos.
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