Virulência de isolados de Pyricularia oryzae cav. do arroz em poaceas
Resumo
O arroz é um dos mais importantes cereais cultivados no Rio Grande do Sul e, por ser o maior produtor brasileiro, possui importância econômica e social para o Estado. A brusone, causada pelo fungo Pyricularia oryzae, está entre os principais fatores limitantes à produtividade dessa cultura, podendo causar perda total da lavoura. Essa doença incide sobre várias culturas, mas pouco se sabe sobre as fontes de inóculo virulento dessa doença ao arroz. Assim, visando conhecer mais sobre o patossistema arroz-brusone, este trabalho teve como objetivo estudar essa interação de patogenicidade entre isolados e espécies, e da infecção dos isolados obtidos dessas espécies após sua inoculação. Para isso dois experimentos foram realizados. No primeiro, em casa de vegetação,15 hospedeiros foram inoculados com dois isolados desse patógenos, sendo um proveniente do Tocantins (Isolado 1) e outro do Rio Grande do Sul (Isolado 2). Aos 2, 5, 7, 14, 18, 21 e 28 dias avaliou-se a severidade da doença e classificou-se como suscetível ou resistente conforme escala IRRI (2013). Também foram avaliados o número e comprimento de lesões. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições, em esquema fatorial 15 x 2, sendo o fator A= hospedeiros e fator B= isolados. Amostras de tecido foliar lesionado foram coletados e utilizados para o experimento 2, onde procedeu-se o reisolamento do patógeno e identificação dele conforme o hospedeiro e isolado de origem, e após foram novamente reinoculados sobre novos hospedeiros e avaliada a incidência da doença, comprovando os hospedeiros viáveis. Como resultados do primeiro experimento, cinco hospedeiros foram suscetíveis ao Isolado 1, sendo elas as cultivares de arroz ‘IRGA 424’, ‘IRGA 424 RI’, ‘IRGA 425’, azevém e trigo, e seis para o Isolado 2 sendo ‘IRGA 424’, ‘IRGA 425’, ‘Guri INTA CL’, ‘Puita INTA CL”, azevém e trigo. Ainda, o maior número de lesões foi obtido para a cultivar ‘IRGA 424 RI’ para o isolado 1 e cultivar ‘Guri INTA CL’ para o isolado 2. Já a variável tamanho de lesão, os maiores valores foram encontrados no azevém inoculado com o Isolado 1 e na cultivar ‘Guri INTA Cl’ com o Isolado 2. No segundo experimento, com exceção do isolado obtidos de plantas de trigo, todos os demais foram virulentos para a espécie Oryza sativa. Esses resultados demonstraram que a cultura do trigo parece não ser um hospedeiro de P. oryzae virulenta ao arroz. Por outro lado, preocupam devido aos isolados obtidos de plantas de azevém e de aveia preta terem sido altamente virulentos para as cultivares de arroz, pois no RS, ambas espécies são amplamente cultivadas em períodos de entre safra, na forma de pastagens e formação de palhada e demonstraram ser ótimos hospedeiros para o patógeno.
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