O conceito de natureza como ponto de divergência entre a ética epicurea e a ética estoica
Resumo
A presente tese tem por objetivo evidenciar que a concepção estoica de natureza humana surge como ponto de divergência com a concepção epicurea de natureza humana, e que dessa divergência temos a causa da deturpação da Ética de Epicuro feita, sobretudo, pelos chamados ‘primeiros filósofos cristãos’. Nesse sentido, dividimos a tese em três partes: a) a primeira parte é dedicada à apresentação e análise do conceito de Natureza no Estoicismo, sobre os seguintes pontos de investigação: (i) sobre a forma como o conceito de Natureza é concebido na Filosofia estoica; (ii) sobre as origens e as divergências do pensamento estoico relativo à equiparação entre ‘viver de acordo com a Natureza’ e o ser virtuoso; (iii) sobre a crítica estoica quanto à fruição do prazer na vida sábia; b) a segunda parte da tese se ocupa: (i) com a physiologia epicurea; (ii) com a concepção de Epicuro a respeito da religião tradicional grega e estoica; (iii) com o prazer e o desejo (epithymía) desenvolvido pela Ética epicurea. Ainda nesta segunda parte, nos ocupamos em evidenciar os pontos de divergência existentes entre a Filosofia epicurea e a Filosofia estoica, bem como a justificar a afirmativa segundo a qual as críticas e “deturpações” feitas pelos ‘filósofos’ cristãos à Ética epicurea foram construídas sob a base das críticas e “deturpações” feitas pelos estoicos; c) a terceira e última parte da tese recai justamente sobre o ‘ataque’ feito pelos ‘filósofos’ cristãos à Ética epicurea, valendo-se sobretudo da Ética cirenaica como se fosse epicurea. Neste contexto são analisados os principais opositores do Epicurismo nos tempos de ascensão do Cristianismo: Clemente de Alexandria, Lactâncio, Justino de Nablus, Jerônimo de Estridão e Ambrósio Aurélio.
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