Desenvolvimento e validação de métodos analíticos para controle de qualidade de comprimidos de empagliflozina e estudo preliminar de estabilidade
Resumo
Diabetes mellitus (DM) é uma doença caracterizada por um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos, que apresentam em comum a hiperglicemia. Para seu tratamento, estão disponíveis diferentes classes de antidiabéticos orais, entre eles a empagliflozina, pertencente à classe dos inibidores do cotransporte sódio-glicose 2 (SGLT-2). O fármaco obteve aprovação para uso no ano de 2014, para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2), e ainda são inexistentes monografias farmacopeicas para sua determinação como matéria-prima e/ou comprimidos. Sendo assim, o enfoque desse trabalho foi o desenvolvimento e validação de métodos quali e quantitativos para o controle de qualidade da empagliflozina em comprimidos. A substância química de referência (SQR) foi caracterizada através de métodos como: espectrofotometria na região do ultravioleta (UV), espectrofotometria na região do infravermelho (IV), calorimetria exploratória diferencial (DSC) e espectrometria de massas. Para identificação da empagliflozina nos comprimidos foram realizados métodos qualitativos como: espectrofotometria no UV, cromatografia em camada delgada (CCD) e eletroforese capilar (EC). Para a análise quantitativa dos comprimidos, foi desenvolvido e validado método por cromatografia eletrocinética micelar (MEKC), utilizando capilar de sílica (40 cm de comprimento efetivo e 50 μm de diâmetro interno), mantido a 28ºC, voltagem +28 kV, injeção hidrodinâmica de 50 mBar por 4 segundos, utilizando solução eletrolítica composta de tampão tris hidroximetil amino metano 20 mM e dodecil sulfato de sódio (SDS) 100 mM (1:1) pH 10, com detecção em 225 nm. A validação foi realizada de acordo com as guias vigentes, avaliando os parâmetros: especificidade, linearidade, precisão, exatidão e robustez, sendo que todos os parâmetros atenderam os requisitos. As condições analíticas propiciaram análises com tempo de seis minutos, e o método mostrou-se linear (r=0.9999) na faixa de 50-150 μg/mL, exato (recuperação média=100,60%), preciso (DPR intra-dia 0,79% e entre-dias 0,85%), específico e robusto. Através dos estudos preliminares de estabilidade, verificou-se que o fármaco degrada lentamente nas condições usuais de degradação forçada, sendo que a degradação em meio ácido e alcalino apresentou cinética de 1ª ordem, com t90% de 25,4h e 24,70h, respectivamente. A análise de citotoxicidade de soluções do fármaco e de soluções submetidas à degradação evidenciou leve decréscimo da viabilidade celular para soluções expostas à radiação UVC e meio alcalino. O método de dissolução por espectrofotometria no UV foi desenvolvido e validado de acordo com a USP 39 (2016), tendo sido otimizadas as seguintes condições: 900 mL de tampão fosfato 0,025 M pH 6,86, mantido a 37ºC ± 0,5 ºC como meio de dissolução, aparato II (pás), com velocidade de rotação 40 rpm e detecção em 225 nm.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: