Gestão da capacidade inovativa e o poder de inovação sustentável
Resumo
Vários estudos têm discutido acerca da capacidade de inovação empresarial em diferentes
perspectivas, um fator primordial para o sucesso e continuidade das organizações, garantindo
posições competitivas frente à concorrência como resultado de investimentos em inovação.
Nesse sentido, busca reunir os mecanismos e instrumentos, assim como as metodologias e
formas de organização, que possam garantir a capacidade de inovar das organizações
(CHESBROUGH, 2003). Neste cenário, a inovação sustentável vem ganhando outras
perspectivas de conceito tais como inovação social, inovação responsável, inovação verde,
eco-inovação (BLOK e LEMMENS, 2015, p. 20). O poder de inovação sustentável é
considerado a direção do desenvolvimento das empresas (ambiente interno), bem como
elementos do ambiente externo. Observa-se, entretanto, a existência de lacunas teóricas e
empíricas que possam explicar a capacidade inovativa e o poder de inovação sustentável.
Diante disso, o objetivo do estudo consiste em identificar de que forma a gestão da
capacidade inovativa está associada ao poder de inovação sustentável em empresas
brasileiras. Para analisar a capacidade inovativa, no que tange aos seus direcionadores, serão
utilizados os estudos de Manual de Oslo (2005), Herrera (2016), Claudino et al (2017) e no
que se refere às barreiras, os estudos de Manual de Oslo (2005); Madrid-Guijarro et al.
(2009), D'Este et al (2012), Božić e Rajh (2016) e Claudino, et al (2017). Para analisar o
poder de inovação sustentável serão adotados os estudos de Van Bonmell (2011) e Hallstedt,
Thompson, Lindahl (2013). A primeira fase da pesquisa caracterizou-se como qualitativa e
foi conduzida a partir de um estudo de casos múltiplos em quatro empresas brasileiras. Os
resultados dessa fase permitiram concluir que a capacidade inovativa é considerada alta nas
empresas analisadas, ficando evidenciada a sua associação com o poder de inovação
sustentável. A partir dos resultados da etapa qualitativa, foi possível corroborar o
pressuposto norteador do estudo, de que a capacidade inovativa e o poder de inovação
sustentável semelham-se no cenário empresarial brasileiro. A segunda etapa do estudo, de
natureza quantitativa, compreendeu a realização de uma pesquisa survey com empresas
industriais brasileiras. Os resultados permitiram observar que a capacidade inovativa está
associada com o poder de inovação sustentável, na medida em que foram encontradas
associações positivas entre as dimensões das variáveis dependente e independentes. As
técnicas de análise bivariada e univariada aplicadas evidenciaram a existência de diferenças
significativas entre a capacidade inovativa e o poder de inovação, sendo possível confirmar
as hipóteses previamente delineadas.
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