Entre a história e a memória: uma análie discursiva do documentário sobreviventes do holocausto

View/ Open
Date
2019-02-11Primeiro membro da banca
Venturini, Maria Cleci
Segundo membro da banca
Brust, Viviane Teresinha Biacchi
Metadata
Show full item recordAbstract
O presente estudo, intitulado “Entre a história e a memória: uma análise discursiva do
documentário Sobreviventes do Holocausto”, tem como objetivo realizar uma análise discursiva
de um documentário que apresenta testemunhos de sobreviventes do Holocausto, de forma que
seja possível trabalhar com a noção de memória e seus diferentes funcionamentos, explicitando
o espaço do testemunho no interior do documentário, para refletir em como o sujeito
discursiviza e simboliza o acontecimento. Em vista disso, trabalhamos com inúmeros recortes,
entendidos enquanto unidades discursivas (ORLANDI, 1984), que foram selecionados do
documentário produzido por Steven Spielberg, em 1993, o qual elegemos como objeto de
análise. Assim, este estudo, ancorado nos pressupostos da Análise de Discurso (AD), representa
uma possibilidade de olharmos para o passado, de significá- lo a partir do discurso da
testemunha, na condição de sobrevivente do Holocausto e, dessa forma, compreendermos a
língua funcionando, produzindo sentidos, enquanto trabalho simbólico que se fundamenta no
trabalho social geral, constituído pelo homem e pela história (ORLANDI, 2009). O passado que
pode ser esquecido ou preservado (ROBIN, 2016). Um trabalho, portanto, baseado em mais
uma dentre as tantas versões do acontecimento. Um efeito. A partir disso, organizamos nosso
trabalho em três partes: na primeira parte, “Da realidade à ficção, do visível ao audível: um
olhar sobre o documentário”, discutimos sobre o funcionamento do documentário na/para a
Análise de Discurso (AD), para introduzirmos uma possibilidade de mobilizar o dispositivo
teórico e o dispositivo analítico, utilizados na pesquisa; na segunda parte, “Entre a história e a
memória: um constante transitar”, discorremos sobre os principais fatos históricos que
contemplam a instauração do Regime Nazista na Alemanha, de 1933 até o ano de 1945,
percurso que baseia nossas reflexões, sobretudo, no que concerne à importância do testemunho e o narrar da história, ou seja, as relações entre a língua, o sujeito e a história, cujos
entrecruzamentos são constitutivos do sujeito velho/idoso, produzindo sentidos possíveis; e a
terceira parte, “Nós abaixamos as vozes, apagamos as velas... E vimos que era o começo do
inferno”, corresponde às análises empreendidas, organizadas em nove blocos de inúme ros
recortes, sequenciados sob a égide da passagem do tempo (da instauração do Regime Nazista
ao seu declínio), espaço em que refletimos sobre como se constitui no/pelo sujeito um
imaginário sobre o Holocausto que, em sua conjuntura, revela importantes aspectos da relação
do sujeito velho/idoso com essa memória e com determinados objetos simbólicos. Destacamos,
ainda, que o trabalho é um gesto de interpretação (ORLANDI, 2009), um olhar que, diante da
materialidade, produz efeitos de sentido pelo constante transitar entre a história e a memória :
um trajeto possível pelo fio do discurso testemunhal, em que o sujeito velho/idoso, na condição
de sobrevivente do Holocausto, é capaz de suportar o simbólico, que está em pleno
funcionamento, propenso à falta, à falha e à saturação.
Collections
The following license files are associated with this item: