Desenvolvimento funcional da codificação da fala por meio da representação do frequency-following response em lactentes
Visualizar/ Abrir
Data
2019-07-04Autor
Ferreira, Laís
Primeiro coorientador
Sanfins, Milaine Dominici
Primeiro membro da banca
Azevedo, Marisa Frasson de
Segundo membro da banca
Colella-Santos, Maria Francisca
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esse trabalho apresenta uma pesquisa sobre o efeito da maturação auditiva no processo de codificação dos sons
complexos nos primeiros 45 dias de vida e sobre a investigação da influência da toxoplasmose congênita nas
respostas neurofisiológicas do Frequency-Following Response em lactentes. Participaram desse estudo 95
lactentes normo-ouvintes, sendo 87 lactentes saudáveis com ausência de Indicadores de Risco para Deficiência
Auditiva e 8 com toxoplasmose congênita. A avaliação de pesquisa foi o Frequency-Following Response realizado
por meio do módulo Smart Ep da Intelligent Hearing Systems® (IHS). A sílaba [da], de 40ms de duração, foi
apresentada em 80dBnHL de forma monoaural na orelha direita. Foram extraídos das marcações os seguintes
dados para análise do domínio do tempo: latências absolutas e amplitudes das ondas V, A, C, D, E, F e O, medida
entre onset (A) e offset (O) e medida do slope. Para mensurar o efeito da maturação da via auditiva no decorrer
dos primeiros 45 dias de vida do lactente, dividiu-se a amostra de 80 lactentes saudáveis em três grupos: Grupo I
(0 a 15 dias), Grupo II (16 a 30 dias) e Grupo II (31 a 45 dias). Para investigar a influência da toxoplasmose
congênita no Frequency-Following Response, a amostra de 20 lactentes foi dividida em dois grupos: Grupo com
toxoplasmose congênita: 8 sujeitos diagnosticados com toxoplasmose congênita e Grupo controle: 12 lactentes
saudáveis. Quanto o efeito da maturação auditiva, os resultados indicaram diminuição da latência de todas as ondas
do FFR com o avanço da idade, sendo diferenças estatisticamente significantes para as ondas V (<0,001*), A
(<0,001*), E (<0,001*), F (<0,001*) e O (<0,001*). Os valores médios da variável amplitude demonstraram
diferença estatisticamente significante na onda V (p=0,010*). A medida do slope (<0,001*) apresentou aumento
no decorrer de 45 dias de vida. Para a influência da toxoplasmose congênita os resultados indicaram que lactentes
com toxoplasmose congênita apresentam aumento da latência de todas as ondas do Frequency-Following
Response, com diferença estatisticamente significante nas ondas V (p=0,046*), A (p=0,017*), E (p=0,011*), F
(p=0,044*) e O (p=0,018*) e, diminuição da amplitude para a onda A (p=0,003*). Além disso, os lactentes com toxoplasmose congênita apresentam redução do slope (0,001*) e valores mais elevados para a medida A-O
(0,030*). A partir desses dados, esse estudo possibilita concluir que há efeito da maturação auditiva no processo
de codificação dos sons complexos nos primeiros 45 dias de vida do lactente. E que lactentes com toxoplasmose
congênita apresentam desorganização na codificação neural dos sons de fala. Assim, essa pesquisa fortalece a
relevância clínica do Frequency-Following Response na população infantil, pois demonstra que as modificações
fisiológicas envolvidas no processo de maturação da via auditiva podem ser mensuradas por meio desse potencial
e que o Frequency-Following Response pode ser um ferramental útil na avaliação de lactentes com risco para
alterações de linguagem.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: