Qualidade de vida e o impacto na adesão ao tratamento antirretroviral de pessoas que vivem com HIV
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2018-02-22Metadatos
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A epidemia provocada pela disseminação do vírus da imunodeficiência humana é um problema de saúde pública. Uma das estratégias para o seu controle é o uso de medicamentos antirretrovirais pelas pessoas infectadas pelo vírus. A expectativa quanto ao início precoce desse tratamento é a supressão da carga viral, que está vinculada à adesão ao tratamento. Já a qualidade de vida dessas pessoas se torna importante uma vez que viver com esse vírus é uma condição crônica de saúde. Dessa forma, a avaliação da qualidade de vida a fim de verificar seu impacto na adesão se torna uma preocupação. O objetivo do estudo foi avaliar se a qualidade de vida está associada à adesão ao tratamento antirretroviral. Estudo transversal, realizado no interior do Rio Grande do Sul, Brasil. O cenário foi o serviço de Ambulatório de Doenças Infecciosas de Adultos do Hospital Universitário de Santa Maria. A amostra constitui-se de 156 participantes adultos infectados pelo vírus e que realizavam acompanhamento no serviço há pelo menos três meses. Os dados foram coletados a partir do questionário de caracterização dos adultos, pelo questionário de avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral em pessoas com HIV/AIDS – CEAT-VIH e pelo HIV/AIDS-Targeted Quality of Life Instrument – HAT-QoL, para avaliação da qualidade de vida. Os dados coletados foram inseridos no software Epi Info 7.0, e suas análises realizadas no SPSS 21.0. Foram realizadas análises por frequência para as pontuações dos questionários, seguindo seus respectivos manuais. Posteriormente foram realizadas regressões logísticas a fim de verificar as associações entre a qualidade de vida, adesão e os marcadores biológicos de carga viral e linfócitos TCD4. Quanto ao grau de adesão, 1,3% obteve baixa adesão (inadequada), 66% apresentou adesão insuficiente e 32,7% adesão estrita (adequada). A qualidade de vida obteve os menores escores nas dimensões relacionadas à “Preocupações com o sigilo” (47,40) e “Preocupações financeiras” (49,20). As dimensões com maiores pontuações foram a “Satisfação com a vida” (75,52), “Função sexual” (80,69) e “Preocupações com a medicação” (84,20). As dimensões “Função geral”, “Preocupações com a medicação” e “Confiança no profissional”, apresentaram significância estatística e positiva quanto à adesão, já “Preocupações com o sigilo” apresentou significância estatística negativa relacionada à adesão. Ainda, verificou-se que os maiores escores de qualidade de vida estiveram relacionados à adesão estrita. Finalmente, o aumento de carga viral é visto como prejudicial às dimensões de qualidade de vida. A partir destes resultados, espera-se que os profissionais de saúde possam utilizar a avaliação de qualidade de vida e sua influência na adesão para propor estratégias de promoção à saúde desta população, intervindo nas dimensões de qualidade de vida mais comprometidas, a fim de prevenir que estas interfiram na adesão ao tratamento antirretroviral e consequentemente nos marcadores biológicos.
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