Molécula de dano renal-1 na urina e sua associação com o controle glicêmico e com a concentração urinária das interleucinas 1 e 6 no diabetes tipo 2
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Data
2018-08-17Primeiro coorientador
Carvalho, José Antonio Mainardi de
Primeiro membro da banca
Tatsch, Etiane
Segundo membro da banca
Vaucher, Rodrigo de Almeida
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Mostrar registro completoResumo
A doença renal do diabetes (DRD) está entre as principais e mais relevantes complicações do diabetes mellitus (DM). A hiperglicemia e inflamação são dois dos diversos fatores envolvidos no desenvolvimento e progressão de complicações do DM, incluindo a DRD. A molécula de dano renal-1 (KIM-1) é um biomarcador urinário indicativo de lesão renal tubular e vem sendo estudado juntamente com outros marcadores, na busca de um diagnóstico precoce das patologias renais, já que estudos sugerem que a lesão tubular surge antes mesmo do rim sofrer danos glomerulares. Níveis aumentados de KIM-1 na urina vêm sendo demonstrados em estados hiperglicêmicos e também em indivíduos diabéticos com inflamação renal. Ainda, com relação a inflamação, as citocinas urinárias pró-inflamatórias interleucina-1 (IL-1) e a interleucina-6 (IL-6) podem ser úteis para a avaliação de DRD. Considerando as consequências que o descontrole glicêmico e o processo inflamatório podem causar no desenvolvimento da DRD, o presente estudo analisou a associação dos níveis urinários de KIM-1 com os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) e inflamação renal, através de citocinas urinárias IL-1 e IL-6, em pacientes com DM tipo 2. Este estudo incluiu 122 pacientes com DM tipo 2 divididos em dois grupos de acordo com a mediana de KIM-1 urinário, representada por ≤87 pg/mL e >87 pg/mL. Níveis urinários de KIM-1, IL-1 e IL-6, juntamente com outros parâmetros bioquímicos, foram avaliados nesses pacientes. Os pacientes foram divididos ainda em quartis de HbA1c, onde os valores de KIM-1 urinário aumentaram cerca de 34% nos pacientes com HbA1c acima de 8,7% em comparação com pacientes com valores abaixo de 6,0%. Da mesma forma, estratificando os pacientes em quartis de IL-1 e IL-6, os níveis urinários de KIM-1 também aumentaram aproximadamente 130% e 90%, respectivamente. Correlações positivas foram observadas entre KIM-1 urinário e HbA1c (r = 0,23, P = 0,028), KIM-1 urinário e IL-1 urinária (r = 0,60, P <0,001) e KIM-1 urinário e IL-6 urinária. (r = 0,40, p <0,001). Os níveis de KIM-1 urinário foram maiores entre os pacientes com DM tipo 2 que apresentaram os maiores níveis de HbA1c e as citocinas pró-inflamatórias IL-1 e IL-6 na urina. Com isso, o baixo controle glicêmico e a inflamação renal contribuem para a ocorrência de dano tubular no diabetes tipo 2, e o KIM-1 tem se mostrado um marcador útil na detecção de danos tubulares em pacientes com diabetes tipo 2.
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