Perfil de idosos em tratamento com antirretrovirais atendidos em um hospital escola e a relação com a fragilidade óssea
Resumo
Introdução: Devido ao sucesso das novas terapias antirretrovirais, pessoas que vivem com HIV aumentaram a expectativa de vida, chegando a 60 anos ou mais. No entanto, pessoas que vivem com HIV apresentam maior suscetibilidade para apresentar osteopenia, osteoporose e consequentemente fraturas o que pode exigir mais dos sistemas de saúde. Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar o perfil de idosos com HIV em terapia antirretroviral atendidos pelo ambulatório de infectologia de um hospital escola do interior do Rio Grande do Sul e a relação com a fragilidade óssea. Método: Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo, descritivo por meio da análise de prontuários de pessoas que vivem com HIV que frequentavam o Ambulatório de Infectologia e a Farmácia de Terapia Antirretroviral. Foram incluídas as pessoas que vivem com HIV com idade igual ou superior a 50 anos, em uso de terapia antirretroviral e excluídas aquelas que não retiravam seus antirretrovirais a mais de 90 dias. A partir disso foram investigadas as seguintes variáveis: idade, sexo, tempo de diagnóstico de HIV, tipos de antirretrovirais utilizados ao longo dos anos de tratamento, realização ou solicitação de exame de densitometria óssea e resultado do exame (normalidade, osteopenia ou osteoporose). Para verificar associação entre as variáveis foi utilizado o teste do qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados e Discussão: A amostra do estudo foi composta de 337 pessoas, com idade entre 50 e 88 anos (média de 58 anos), com predomínio do sexo masculino. Identificou-se que 47% (n= 159) da população amostral, homens e mulheres, fizeram ou foram encaminhados a realizar o exame de densitometria óssea. Esse percentual é aquém do preconizado pelo Ministério da Saúde, fato que pode ser justificado pela indisponibilidade desse exame na instituição, com necessidade de encaminhamento para a rede municipal de saúde na qual o usuário reside. Com relação às variáveis tempo de diagnóstico e o uso de Fumarato de Tenofovir, não houve relação significativa. Quando a associação entre HIV e osteoporose foi estratificada pela variável sexo, foi verificado associação (p= 0,0018). Entre as mulheres que realizaram densitometria óssea no presente estudo, 76% (n= 40) apresentaram resultados alterados, com frequência maior do que encontrado no sexo masculino 51% (n = 20). A prevalência de osteopenia e/ou osteoporose entre pessoas que vivem com HIV do sexo feminino reforça a necessidade de ações que conscientizem estes pacientes sobre a necessidade de ações e cuidados que possam prevenir agravos futuros.
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