Estudo da atividade solar no passado em função da radiação cósmica
Resumo
O estudo da radiação cósmica que chega à Terra representa um importante registro de suas variações, bem como dos fenômenos físicos que causam estas variações. No sistema solar a radiação cósmica é fortemente modulada pelo campo magnético do Sol, através do vento solar. Essa modulação faz com que ocorra uma correlação inversa entre os raios cósmicos e a atividade solar. Quando os raios cósmicos chegam na atmosfera da Terra eles interagem com a mesma e produzem os chamados Cosmonuclídeos Atmosféricos, tais como o Carbono-14, o Berílio-10, entre outros. Assim, ao se estudar os registros dos cosmonuclídeos (em anéis de árvores e em amostras de gelo) é possível obter informações da atividade solar no passado, uma vez que a mesma deve apresentar uma correlação inversa com os Cosmonuclídeos Atmosféricos. No estudo foram utilizadas séries temporais representativas da radiação cósmica que chega na Terra (através dos Cosmonuclídeos Atmosféricos 14C e 10Be), bem como, dados representativos da atividade solar (número de manchas solares). As séries temporais utilizadas apresentam resolução temporal anual. No estudo das séries temporais foram utilizados os métodos de análise matemática de correlação e regressão linear, além do método de regressão iterativa, para a reconstrução da atividade solar no passado a partir dos Cosmonuclídeos Atmosféricos. Com o resultado das regressões obtidas foram encontrados períodos chave da atividade solar nos últimos 1000 anos, tais como os períodos de mínimo de Spörer, Maunder, Dalton, Wolf e o período de máximo Medieval. Além disso foram geradas regressões da atividade solar com módulo de grau de correlação de até 0,74.