Paisagens, ecossistemas, crescimento urbano e suas inter-relações: o caso de Capão da Canoa, litoral norte do Rio Grande do Sul
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2020-02-17Metadatos
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As zonas costeiras brasileiras concentram a maior parte da população urbana do país. A urbanização do litoral promove vulnerabilidade dos ecossistemas costeiros, que já apresentam um alto grau de fragilidade em função da sua diversidade biológica. O interesse turístico e a expansão da rede viária contribuíram para o acelerado processo de ocupação das cidades litorâneas brasileiras. O Litoral Norte do Rio Grande do Sul, nesse contexto, passa por intensa transformação com a expansão da malha urbana. Sua ocupação pode ser descrita em períodos. O início ocorre em 1732, com a chegada de imigrantes Açorianos. Em um segundo período, de 1888 a 1939, já aparece o interesse pela ocupação das áreas junto ao mar em busca de balneários para fins terapêuticos. O terceiro período, entre 1940 e 1995, foi marcado por um grande número de loteamentos juntos à orla, que suscitaram uma série de emancipações. Já o quarto período, iniciado em 1995, é marcado pela implantação de condomínios horizontais, localizados, em sua maioria, próximos à Estrada do Mar. Capão da Canoa, emancipado de Osório em 1982, possui uma população de 42.040 habitantes, apresentando um crescente desenvolvimento desde a década de 1970, devido as melhorias do acesso ao Litoral Norte Gaúcho. Frente a significativa urbanização de Capão da Canoa, este trabalho objetiva uma caracterização do crescimento urbano e sua inter-relação com as paisagens e os ecossistemas locais. Num primeiro momento, aborda-se a escala regional, caracterizando-a quanto a seus aspectos geográficos, ecológicos e de urbanização. Posteriormente, trata-se da escala local, apresentando Capão da Canoa frente aos aspectos demográficos, territoriais, de ocupação e transformação da paisagem. No que se refere ao perfil das ocupações do perímetro urbano da sede do município, entre a orla e a Avenida Paraguassú, predomina o uso residencial e ocasional por uma população de alto poder aquisitivo. Após a Avenida Paraguassú está instalada a população fixa com renda mediana, seguida da população de baixa renda, cuja ocupações alcançam as margens da Estrada do Mar. Junto à essas áreas e, também, na borda da Lagoa dos Quadros, implantaram-se, nos últimos anos, condomínios horizontais de alto padrão. O tecido urbano de Capão da Canoa desenvolve-se entre dois grandes ecossistemas, o oceano Atlântico e a Lagoa dos Quadros. Ambos atuam como barreira natural à expansão da malha urbana, sofrendo constantemente com a pressão do interesse do mercado imobiliário. Diante da experimentação da paisagem Caponense, avançando os níveis análiticos da paisagem como itinerário para sua compreensão, o território de Capão da Canoa foi dividido em unidades de paisagem. A identificação das Unidades consideraram ora ecossistemas, ora características tipo-morfológicas ou padrões socioeconômicos, o que resulta em: Balneários; Bairros residenciais; Centro verticalizado/Balneário intensamente urbanizado; Orla marítima e Campos e Banhados. De uma maneira geral, o modelo de crescimento urbano de Capão da Canoa parece ser planejado sob uma lógica de desenvolvimento apenas econômico e de curto prazo. As potencialidades observadas nas Unidades relacionam-se ao desenvolvimento sustentável de atividades associadas aos recursos naturais, articulando questões sociais, ambientais e econômicas, enquanto as fragilidades relacionam-se com a pressão das atividades antrópicas sobre os recursos naturais sem consciência ambiental.
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