“Vozes da comida”: práticas alimentares e escolas do campo
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Data
2016-03-31Primeiro membro da banca
Amon, Denise
Segundo membro da banca
Zanini, Maria Catarina Chitolina
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente dissertação investigou via comida duas escolas do campo. Essas duas escolas do campo pertencem a um município do interior do estado do Rio Grande do Sul. O objetivo desse estudo foi problematizar as interfaces entre as relações subjetivas (Eu-Alter-Mundo), as práticas de consumo de comida e saúde nas comunidades escolares e do campo de um município no interior do Rio Grande do Sul. Essa foi construída a partir de um delineamento qualitativo descritivo, através de observação participante com notas em diário de campo, entrevistas semi-estruturadas e rodas de conversa aliada ao desenho. Para tanto, elaboramos dois artigos. O primeiro artigo toma como ponto de partida as práticas alimentares das manipuladoras de alimentos das escolas do campo pesquisadas, nominadas no ambiente de nossa pesquisa “merendeiras”, buscando fazer articulações entre a legislação, certas políticas públicas, teoria, observações in locus e entrevistas semi-estruturadas. O objetivo desse estudo foi refletir sobre as políticas públicas referentes à alimentação escolar, a partir do discurso das “merendeiras” e as práticas alimentares. Já o segundo artigo aborda os diversos saberes sobre a comida, a partir da visão dos alunos, do 4° e 5° ano do ensino fundamental, de duas escolas do campo do interior do estado do Rio Grande do Sul. Tivemos interesse em ouvir o que as crianças que residem no campo têm a dizer sobre a comida que consomem. O objetivo desse estudo foi identificar as práticas alimentares das crianças da comunidade escolar refletindo sobre as conexões entre desejos, a demanda de consumo de comida e saúde. A análise de ambos os artigos foram feitas a partir da Teoria das Representações Sociais (TRS), partindo da perspectiva da Psicologia Social Crítica (PSC). A análise de todo material nos permitiu perceber, no primeiro artigo, a invisibilidade e o (não) lugar destinado às merendeiras de escola. E o segundo, mostrou um desencontro no discurso das crianças em relação à alimentação. Nos desenhos ocorre o discurso reificado e nas rodas de conversa, aquilo que é da ordem do desejo. Os alunos verbalizam o (des)gosto pela comida da escola, isso não só pela mudança do típico tempero local, mas pela falta do sal que liga-se à afetividade. Ademais, as crianças trazem sobre a relação alimentação e saúde, um pensamento antinômico.
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