O processo de envelhecimento da pessoa com deficiência intelectual e sua família
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Data
2016-08-16Primeiro membro da banca
Filippin, Nadiesca Taisa
Segundo membro da banca
Oliveira, Glaucimara Pires
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A sociedade em que vivemos está envelhecendo; o número de idosos vem crescendo de maneira
acentuada nos últimos anos. O processo de envelhecimento de pessoas com deficiência intelectual é
uma discussão ainda insipiente, até pouco tempo não alcançavam esta fase da vida: tinham uma
pequena expectativa. O aumento da longevidade traz novos desafios às suas famílias, a sociedade em
geral e ao Estado. Sendo assim, esta pesquisa objetivou conhecer o processo de envelhecimento de
pessoas com deficiência intelectual de uma cidade de pequeno porte do interior gaúcho e sua
implicação na qualidade de vida familiar. Trata-se de um levantamento censitário; realizado com
abordagem quantitativa. Foram aplicados três questionários individuais: dois especialmente elaborados
para este estudo, um voltado à pessoa com deficiência intelectual e outro para seu familiar/cuidador,
contendo questões estruturadas, abordando aspectos sócio demográficos: sexo, idade, escolaridade,
ocupação, condições econômicas e culturais e o WHOQOL-Bref aplicado junto ao familiar/cuidador. A
população deste estudo constitui-se de por 85 pessoas com deficiência intelectual (77 residentes em
domicílio e oito institucionalizados) e 75 familiares/cuidadores (71 informais e quatro formais). Os dados
coletados foram tabulados, organizados e registrados no programa Microsoft Office Excel 2013,
apresentados em tabelas e gráficos utilizando-se média, desvio padrão, valor mínimo, valor máximo e
porcentagem, segundo as fases do desenvolvimento humano. Para análise dos dados foi utilizado o
software SPSS 20.0 para criação das variáveis. A coleta de dados foi realizada entre os meses de abril
e setembro de 2015. O presente estudo foi submetido e aprovado pelo CEP/UFSM, com o nº do CAAE
41459315.8.0000.5346. Verificou-se, na aplicação dos questionários, que a maioria dos sujeitos
residem com pessoas que apresentam algum grau de parentesco: 34,11% afirmaram residir com os
pais; 25,88% somente com a mãe; 10,58% moravam com irmãos; 9,41% com outras pessoas; 7,05%
em uma ILPI; 2,35% em abrigo (Casa de Passagem para Menores); 8,23% com companheiro/cônjuge;
3,52%, com tios; 3,52% somente com o pai; 2,35% com avós; 1,17% com filhos e 1,17% morava
sozinho. Destaca-se que 58,82% dos pesquisados são do sexo masculino e 41,18% são do sexo
feminino, com idades que variaram de um ano e quatro meses a 74 anos de idade, com uma média de
31,82 anos. Quanto à escolarização, obteve-se baixo grau de instrução, 15,29% não alfabetizados
ainda; 44,70% analfabetos e 40% com ensino fundamental incompleto (máximo de cinco anos de
escolarização). A maioria dos sujeitos, 97,64% recebem acompanhamento clínico em diversas
especialidades médicas. Os resultados referentes aos familiares/cuidadores apontaram que a maioria
são mulheres, 82,66%, com uma média de 51,56 anos de idade e com baixo índice de escolaridade
(máximo de cinco anos de escolarização). Em relação à qualidade de vida dos familiares/cuidadores,
verificou-se que as pontuações médias mais elevadas dizem respeito ao Domínio Social (M= 79,1; DP=
10,6); seguido do Domínio Físico (M= 74,6; DP= 14,6); do Domínio Psicológico (M= 68,8; DP= 12,5) e,
finalmente, o Domínio Ambiental (M= 60,9; DP= 11,3). Constatou-se que a maioria das pessoas com
deficiência intelectual são do sexo masculino, predominantemente na faixa etária de 20 à 40 anos, com
poucos anos de escolarização e residentes com familiares, que, a propósito, apresentam qualidade de
vida preservada. Os resultados desta pesquisa revelam, por um lado, condições pouco favoráveis
quanto ao acesso à educação e, por outro, condições favoráveis de convívio familiar e social ampliado.
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