Clima de segurança e acidentes de trabalho entre trabalhadores de enfermagem atuantes em terapia intensiva
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Data
2020-04-03Primeiro coorientador
Freitas, Etiane de Oliveira
Primeiro membro da banca
Silva, Rosângela Marion da
Segundo membro da banca
Dal Pai, Daiane
Metadata
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A complexidade do ambiente de terapia intensiva contribui com a exposição, diária e prolongada, dos trabalhadores de enfermagem aos riscos ocupacionais e a acidentes/doenças do trabalho. O objetivo desta pesquisa foi analisar a relação entre a percepção de clima de segurança no trabalho e a ocorrência de acidentes/doenças do trabalho entre trabalhadores de enfermagem atuantes em unidades de terapia intensiva. Trata-se um estudo transversal, correlacional, de abordagem quantitativa, vinculado ao projeto matricial intitulado “Clima de segurança e acidentes de trabalho entre profissionais de enfermagem atuantes em ambiente hospitalar”. Participaram do estudo os trabalhadores de enfermagem das unidades de terapia intensiva de um hospital universitário, localizado no interior do Rio Grande do Sul, Brasil, que atuavam nas unidades há pelo menos três meses, e excluídos os que se encontravam em licença de qualquer natureza. A coleta de dados aconteceu no período de abril e maio de 2019. Os dados foram coletados a partir de um protocolo de pesquisa constituído por Questionário de dados sociodemográficos, laborais e de acidentes/doenças do trabalho e pela Escala de Clima de Segurança no Trabalho Hospitalar. A análise estatística, descritiva e inferencial dos dados foi realizada no software SPSS (Statistical Package For Social Sciences) versão 15.0. As variáveis qualitativas foram descritas por meio de frequência absoluta e relativa. As variáveis quantitativas foram descritas por meio de medidas de tendência central (média e mediana) e de dispersão (desvio padrão, valor mínimo e máximo). A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste Kolmogorov-Smirnov. Para as variáveis que seguiram a distribuição normal foi utilizado o teste t de Student, o Anova com post hoc Tukey e o coeficiente de correlação de Pearson. Para os dados que não atenderam a distribuição normal foi utilizado o teste de Mann-Whitney, o teste de Kruskal-Wallis e o coeficiente de correlação Spearmann. Para a realização da pesquisa foram considerados os princípios éticos da Resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Compuseram esta pesquisa 131 trabalhadores de enfermagem, sendo 84,7% do sexo feminino, 80,2% com companheiro e 71,8% com filhos. A média de idade foi de 40,1 anos (dp±8,1). Desses, 39,7% eram enfermeiros (as), 57,3% técnicos (as) de enfermagem e 3,1% auxiliares de enfermagem. Quanto ao vínculo empregatício, 63,4% dos participantes eram regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, com carga horária semanal de 36 horas, e 49,6% cumpriam jornada de trabalho no período noturno. Ainda, 46,6% relataram a ocorrência de acidentes/doenças do trabalho, sendo a maioria (59,0%) do tipo físico, e 49,2% necessitaram de afastamento laboral na instituição. Verificou-se que 57,3% dos acidentes/doenças do trabalho classificavam-se como doenças relacionadas ao trabalho. Em relação ao clima de segurança no trabalho, os trabalhadores de enfermagem evidenciaram melhor percepção de clima de segurança no domínio Equipamentos de Segurança e Organização do Ambiente (4,06 dp±0,55) e pior percepção de clima de segurança no domínio Programa e Normas de Segurança (3,02 dp±0,66). Além disso, houve associação inversamente proporcional entre a ocorrência de acidentes/doenças do trabalho e a percepção de clima de segurança geral (p=0,004) e dos domínios: Programa e Normas de Segurança (p=0,007); Equipamentos de Segurança e Organização do Ambiente (p=0,004); e Suporte para Práticas de Trabalho e Segurança (p=0,003). Conclui-se que uma melhor percepção do clima de segurança no trabalho relaciona-se com uma menor ocorrência de acidentes/doenças do trabalho. A partir disso recomenda-se
que estratégias relativas à saúde e segurança do trabalho sejam priorizadas pela gerência, assim como pelos próprios trabalhadores de enfermagem, para que em conjunto fortaleçam comportamentos e atitudes que minimizem os riscos e os acidentes/doenças do trabalho no ambiente de terapia intensiva.
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