Biomonitoramento do Baixo Jacuí: avaliação de pesticidas e seus efeitos em peixes
Fecha
2020-03-20Primeiro membro da banca
Schuch, André Passaglia
Segundo membro da banca
Baldisserotto, Bernardo
Terceiro membro da banca
Silva, Dennis Guilherme da Costa
Quarto membro da banca
Hartmann, Marilia Teresinha
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As atividades antrópicas potencialmente poluidoras aumentaram em decorrência do crescimento
populacional humano. Consequentemente, mais contaminantes são introduzidos no meio ambiente,
como os pesticidas. A bacia hidrográfica do Baixo Jacuí está inserida em região de elevada produção
agrícola e de pecuária, no entanto, carece de estudos acerca da presença de pesticidas em amostras de
água bem como sobre o efeito destes em organismos não alvo. Desta maneira, o objetivo desta tese foi
identificar e avaliar os efeitos de pesticidas presentes na bacia hidrográfica do Baixo Jacuí, na cidade
de Cachoeira do Sul, RS, utilizando-se jundiás (Rhamdia quelen), lambaris (Astyanax spp.) e tilápias
do nilo (Oreochromis niloticus) como organismos bioindicadores. Realizou-se monitoramento de
pesticidas em amostras ambientais coletadas no rio Jacuí, em três pontos amostrais na cidade de
Cachoeira do Sul, RS. Em 2016 foram feitas coletas mensais e em 2017 coletas sazonais. Um total de
23 pesticidas foram detectados em amostras de água. Os grupos químicos que apresentaram maior
frequência foram triazina, neonicotinoide, triazol e estrobilurina. Dentre os pesticidas detectados,
apenas quatro apresentam valores limites estabelecidos pela legislação ambiental brasileira (2,4-D,
atrazina, carbaril e simazina), estando as amostras abaixo destes. Dois organofosforados proibidos
foram detectados em 2016: azinfós-etil e triclorfom. Evidencia-se a lixiviação de pesticidas de
lavouras adjacentes bem como de inseticidas e carrapaticidas utilizados na produção animal,
representando um possível risco aos organismos aquáticos. No Manuscrito 1 objetivou-se verificar
respostas em biomarcadores bioquímicos em tilápias expostas à atrazina, azoxistrobina e
imidacloprido, os pesticidas mais frequentemente detectados em 2016, de maneira isolada e em
associação (Mix), em concentrações ambientais. O grupo Mix foi responsável pelo maior número de
alterações, provavelmente devido aos efeitos combinados dos pesticidas. Estas respostas no grupo Mix
evidenciam o potencial dos pesticidas induzirem estresse oxidativo e alterações no sistema
antioxidante e na atividade da acetilcolinesterase (AChE), sendo um risco visto que no ambiente
natural os organismos aquáticos estão expostos a uma grande variedade de compostos. No Manuscrito
2, jundiás foram expostos aos inseticidas imidacloprido e propoxur, de maneira isolada e em
associação. Demonstramos que esses pesticidas, em concentrações ambientalmente relevantes,
inibiram a atividade da AChE em tecido cerebral e alteraram biomarcadores relacionados ao equilíbrio
redox nos tecidos analisados. No Manuscrito 3 realizou-se biomonitoramento no rio Jacuí, juntamente
às coletas de amostras ambientais em 2017. Verificou-se que a presença de pesticidas no rio Jacuí
esteve associada com alterações nos biomarcadores bioquímicos dos lambaris coletados. De maneira
geral, nesta tese verificou-se ampla diversidade de pesticidas no rio Jacuí, bem como, mesmo em
concentrações ambientais, os pesticidas utilizados nos bioensaios induziram maiores alterações em
biomarcadores quando em associação do que em exposição ao composto isolado. Estes resultados
ativam um alerta para que mais estudos sejam executados a fim de aumentar a compreensão dos
efeitos das interações de diferentes contaminantes ambientais.
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