Periodontite apical em pacientes em hemodiálise e sua correlação com parâmetros nutricionais e inflamatórios sistêmicos
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Data
2019-11-26Primeiro membro da banca
Morgental, Renata Dornelles
Segundo membro da banca
Silva, Luiz Alberto Michet da
Metadata
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Introdução: Os processos inflamatórios nos pacientes em terapia renal substitutiva são frequentes, multifatoriais e associados com eventos cardiovasculares, malnutrição e anemia, todos correlacionados à mortalidade, nesta população. Focos odontogênicos constituem uma causa potencial de inflamação sistêmica e são pouco investigados nestes pacientes. O objetivo deste estudo foi avaliar a presença de periodontite apical (PA) em pacientes em hemodiálise, a sua correlação com marcadores inflamatórios sistêmicos e nutricionais e o uso das relações entre neutrófilos e plaquetas com linfócitos (RNL e RPL) como marcadores inflamatórios (MI). O trabalho foi dividido em três artigos: 1- avaliação da prevalência e a distribuição de periodontite apical e suas características nos pacientes em hemodiálise; 2- mensurar as correlações entre as RNL e RPL com proteína C reativa ultrassensível (PCRus), albumina e a razão PCRus/albumina, e entre estes MI com variáveis clínicas de pacientes em hemodiálise; 3- correlação entre PA com marcadores inflamatórios sistêmicos. Metodologia: Estudo 1 - 116 pacientes hemodialisados, sendo 54% homens, 30% diabéticos, com idade média de 50 anos e tempo médio em terapia dialítica de 58 meses, foram avaliados com radiografia periapical. Foram avaliados dentes com e sem tratamento endodôntico (TE), estes divididos em adequados e inadequados. Foi usado o índice de Ørstavik para classificação das lesões periapicais. Estudo 2 - As correlações entre as RNL e RPL com PCRus, relação PCRus/albumina e albumina entre eles e destes com variáveis clínicas foram mensuradas em 242 pacientes em hemodiálise. Estudo 3 – Amostra de 116 pacientes radiografados foram divididos em 2 grupos (com e sem PA) e avaliados para diferenças entre grupos com relação aos marcadores inflamatórios e variáveis clínicas. No grupo com lesões, foi realizada análise de correlação com os MI e variáveis clínicas. Resultados: Estudo 1 - Foi observada prevalência de PA em 7,2% de um total de 2.245 dentes examindados, com PA em 55% dos pacientes. TE foi encontrado em 2,85% dos dentes, com 84,4% destes considerados inadequados, dos quais 57% tinham lesão periapical. Estudo 2 - As RNL e RPL mostraram correlação positiva com a PCRus e PCRus/albumina, e correlação negativa com albumina. A RPL correlacionou positivamente com resistência à eritropoietina e negativamente com hemoglobina. A RNL correlacionou positivamente com o tempo em diálise, e a PCRus e PCRus/albumina correlacionaram negativamente com aparecimento de nitrogênio ureico. Estudo 3- os grupos com e sem lesões periapicais e as lesões avaliadas pelo índice PAI não mostraram correlações significativas com os marcadores inflamatórios RNL, RPL, PCRus e PCRus/albumina. Pacientes com lesões periapicais foram mais idosos (p=0,02). Conclusões: Estudo 1- Periodontites apicais crônicas são frequentes em pacientes em hemodiálise, consistindo em potenciais focos inflamatórios a serem tratados. Estudo 2- As RNL e RPL correlacionaram positivamente com PCRus e PCRus/albumina, consistindo num método fácil e sem custo adicional para monitorar inflamação sistêmica. Estudo 3 - As RNL, RPL e a PCRus não mostraram-se úteis em discriminar pacientes com ou sem lesões periapicais, podendo suas elevações decorrer de outras causas e/ou as alterações dentárias detectadas radiologicamente não apresentarem repercussão sistêmica manifestadas através destes marcadores.
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