Métodos de atmosfera controlada dinâmica × 1-MCP: metabolismo e qualidade de maçãs armazenadas

Visualizar/ Abrir
Data
2019-12-18Primeiro membro da banca
Neuwald , Daniel Alexandre
Segundo membro da banca
Weber, Anderson
Terceiro membro da banca
Both, Vanderlei
Quarto membro da banca
Wagner, Roger
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A redução da pressão parcial de O2 a níveis extremamente baixos (< 0,5 kPa) durante armazenamento em atmosfera controlada (AC) está sendo cada vez mais empregado comercialmente. Contudo, pressões parciais de O2 excessivamente baixas podem induzir o metabolismo anaeróbico, com produção de acetaldeído e etanol, os quais em excesso podem causar distúrbios fisiológicos e off-flavours. Assim, para reduzir a pressão parcial de O2 de maneira segura durante o armazenamento, é necessário o monitoramento do limite mínimo de O2 (LMO) em tempo real para adequar a pressão parcial de O2 ao metabolismo das frutas. Esse sistema de armazenamento é conhecido como atmosfera controlada dinâmica (ACD). Atualmente, estão disponíveis comercialmente três métodos de ACD, baseados no etanol (ACD – EtOH), fluorescência de clorofilas (ACD – FC) e quociente respiratório (ACD – QR). Nesse sentido, no presente trabalho foram desenvolvidos 5 artigos científicos com os objetivos de: [1] avaliar o efeito do armazenamento em AC, ACD – FC, ACD – QR com dois estresses múltiplos de baixo O2 por semana e sua interação com 1-MCP sobre a qualidade, perfil volátil e expressão de enzimas relacionadas à síntese de compostos voláteis; [2] estudar o efeito do armazenamento em ACD – QR sobre a dinâmica do metabolismo anaeróbico e indução de açúcares-álcoois, como sorbitol e glicerol, e sua relação com a permeabilidade da membrana celular em maçãs e [3] desenvolver, calibrar e aplicar um novo método de ACD, baseado na produção de CO2 das frutas (ACD – DC), para estimar o LMO, visando manter a qualidade, avaliar a atividade de enzimas, metabolismo de açúcares e de ácidos e o perfil volátil de maçãs armazenadas em ACD – DC, além disso, comparar o armazenamento em ACD-DC com os métodos de ACD – FC, ACD – QR e aplicação de 1-MCP. O armazenamento de maçãs em ACD – QR 1,5 com dois estresses de baixo O2 por semana resulta em frutas com menor produção de etileno, maior qualidade físico-química, especialmente maior emissão de ésteres. Isso é resultado da maior expressão de genes codificadores da enzima AAT (MdAAT1), mesmo em frutas tratadas com 1-MCP, evidenciando que a expressão dos genes que codificam a enzima AAT (MdAAT1) não são dependentes de etileno quando as frutas são armazenadas em ACD – QR 1,5. Maçãs armazenadas ACD – FC tem menor acúmulo de voláteis em função da menor produção de precursores e expressão de enzimas importantes para a síntese destes compostos (MdAAT1), pois reduz a níveis mínimos o metabolismo aeróbico sem induzir o metabolismo anaeróbico. O armazenamento de maçãs em ACD – QR resulta na indução do metabolismo anaeróbico, acumulando acetaldeído e etanol, porém, também induz o acúmulo de sorbitol, reduzindo a permeabilidade de membrana mesmo em condições de estresse por baixo O2. A determinação do LMO pode ser realizada de maneira precisa e em tempo real durante todo o período de armazenamento apenas pela determinação da produção de CO2 (ACD – DC). O que permite a determinação do set point de O2 da câmara de maneira dinâmica para várias cultivares de maçãs, locais de cultivo, com ou sem aplicação de 1-MCP, estádio de maturação e temperatura de armazenamento. Maçãs armazenadas em ACD – DC resultam em set points de O2 e manutenção da qualidade similar àquelas armazenadas em ACD – QR e qualidade superior àquelas armazenadas em AC, AC + 1-MCP e ACD – FC, em função da redução da incidência de podridões e distúrbios fisiológicos, manutenção de maior firmeza de polpa e proporção de frutos sadios. Frutas armazenadas em ACD com concentrações extremamente baixas de O2 também apresentam maior concentração de ésteres importantes para o aroma de maçãs, como acetato de butila, acetato de 2-metilbutila e acetato de hexila. As condições de AC e ACD não apresentam efeito no acúmulo de malato, sendo a sua concentração mais afetada pelo tempo de armazenamento. Os ácidos minoritários do ciclo de Krebs são os mais influenciados pelo armazenamento em ACD, sendo a sua concentração reduzida quando as maçãs são armazenadas nas menores pressões parciais de O2 (ACD – QR 1,5 e ACD – DC 1,3). De uma maneira geral, as melhores condições de armazenamento de maçãs por longos períodos segue a seguinte ordem: ACD – DC = ACD – QR > ACD – FC = AC + 1-MCP > AC.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: