Parâmetros antropométricos e sua associação com função endotelial e parâmetros de rigidez arterial de indivíduos saudáveis eutróficos e com sobrepeso
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Data
2020-01-24Primeiro coorientador
Chemello, Diego
Primeiro membro da banca
Signori, Luis Ulisses
Segundo membro da banca
Saffi, Marco Aurélio Lumertz
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A disfunção do endotélio vascular e rigidez arterial, ocasionada por diversos fatores de risco, como
o excesso de peso corporal, pode contribuir de maneira direta na ocorrência de eventos
cardiovasculares. Dentre os métodos que podem ser empregados na avaliação da adiposidade
corporal, encontra-se a antropometria. Ressalta-se que ainda não está claro quais medidas e índices
antropométricos melhor correlacionam-se com a função endotelial e rigidez arterial. O presente
estudo tem por objetivo investigar a associação entre parâmetros antropométricos, função endotelial
e rigidez arterial em indivíduos adultos com eutrofia e sobrepeso. Foi realizado um estudo
transversal, com indivíduos de ambos os sexos, com índice de massa corporal (IMC) entre 18,5
kg/m² e <30 kg/m², com idade entre 25 e 59 anos e com baixo a intermediário risco cardiovascular.
A coleta de dados ocorreu entre fevereiro e julho de 2019, no Instituto do Coração de Santa
Maria/RS. Dados sociodemográficos (gênero, idade, estado civil, profissão, raça autorreferida e
escolaridade) foram coletados através de questionário estruturado. As variáveis antropométricas
avaliadas foram: peso corporal, estatura, circunferências cintura (CC), do pescoço (CP), quadril
(CQ) e o diâmetro abdominal sagital (DAS). Após estas avaliações foram calculados o IMC, relação
cintura-quadril (RCQ) e relação cintura-estatura (RCE). Os exames laboratoriais incluíram perfil
lipídico e dosagem de óxido nítrico. A função endotelial foi mensurada através da técnica de
dilatação mediada por fluxo (DMF), por meio de ultrassonografia, e a rigidez arterial (velocidade
de onda pulso –VOP e índice de amplificação – AIx@75) através do método oscilométrico. Foram
avaliados 36 indivíduos, sendo 18 eutróficos e 18 com sobrepeso, com idade média de 37,5 ±10,2
anos, na sua maioria com baixo risco cardiovascular (86,1%), do sexo feminino (80,6%), solteiros
(52,8%), empregados com carteira assinada (44,4%) e com mais de doze anos de estudo (88,9%).
Todos parâmetros antropométricos foram significativamente maiores nos indivíduos com sobrepeso
quando comparados aos eutróficos, com exceção da relação cintura-quadril (p=0,200). Em relação
aos exames laboratoriais avaliados, apenas o LDL foi maior no grupo de sobrepeso (P=0,047). Não
houve diferença estatística entre os grupos quanto à VOP (P=0,070), AIx@75 (P=0,845) e o % DMF
(P=0,348). A VOP apresentou correlação moderada com a CC (r= 0,584, P=0,000), RCQ (r= 0,513,
P=0,001) e RCE (r= 0,590, P=0,000), e baixa com CP (r= 0,372, P=0,013) e DAS (r= 0,356;
P=0,033). Ademais, nenhum parâmetro antropométrico apresentou correlação com o AIx@75 e
%DMF, na amostra total. Quando analisado por grupos, verificamos que, nos eutróficos, o peso
corporal (r=-0,622, P=0,006), a CP (r=-0,630, P=0,005) e o DAS (r=-0,488, P=0,040) foram
associados inversamente com o AIx@75, e o peso (r=-0,478, P=0,045) inversamente ao % da DMF.
Nos indivíduos com sobrepeso encontrou-se correlação positiva, moderada e da CC (r=0,533,
P=0,022), RCQ (r=0,593, P=0,009) e RCE (r=0,470, P=0,049) com a VOP. Desta forma, este estudo
confirma a importância do uso das medidas antropométricas simples na prática clínica, como mais
uma ferramenta para identificar indivíduos em risco cardiovascular.
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