Diversidade de répteis e anfíbios exóticos no Brasil: introdução, influência humana e desafios políticos
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Data
2020-03-11Primeiro coorientador
Both , Camila Chiamenti
Primeiro membro da banca
Gomes, Mariana Bender
Segundo membro da banca
Brasileiro, Cinthia Aguirre
Terceiro membro da banca
Martins, Marcio Borges
Quarto membro da banca
Santos, Tiago Gomes dos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
No cenário global de grande perda de biodiversidade e aumento do número de espécies exóticas,
a compreensão dos processos e fatores associados à invasão, em diferentes escalas de tempo e
espaço, permite a compreensão de padrões que regulam a riqueza de espécies invasoras. Além
disso, a identificação desses fatores é fundamental para prevenir novas introduções e elaborar
medidas de controle e manejo das espécies invasoras. A presente tese buscou compreender os
fatores que afetam a riqueza de répteis e anfíbios exóticos e invasores no Brasil, analisando sua
origem, distribuição, vias de introdução e como a atividade humana influencia nesses processos.
As principais lacunas e limitações associadas ao comércio legal e ilegal de répteis nativos e
exóticos no país também foram analisadas e discutidas. A incidência de registros e a riqueza de
anfíbios e répteis exóticos no Brasil suportaram a hipótese de que a pressão de colonização e a
atividade humana são fatores-chave para explicar o aumento da diversidade das espécies
exóticas. Ou seja, as áreas com elevada atividade humana e economicamente desenvolvidas,
onde as rotas de transportes são mais intensas e a densidade populacional é maior são os locais
onde a introdução e a riqueza de espécies exóticas são mais frequentes. A atividade humana
também mostrou-se importante para o estabelecimento de populações exóticas fora do nicho
climático fundamental das espécies. A relação dos fatores espaciais e climáticos com a riqueza
e incidência de espécies não foi suportada nesse trabalho. No Brasil, espécies anteriormente
introduzidas para consumo humano e de forma acidental tornaram-se amplamente difundidas e
invasivas. A introdução para o comércio de animais de estimação, por sua vez, responde pela
maior parte da riqueza de répteis e anfíbios introduzidos atualmente e é predominante nas áreas
mais desenvolvidas do país. Como a importação de répteis e anfíbios exóticos é proibida e o
comércio legal é extremamente restrito, esses resultados evidenciam que a regulamentação do
comércio de animais de estimação e gestão da fauna silvestre no Brasil são falhos. Os problemas
que afetam o controle do comércio legal e ilegal de animais de estimação são diversos e
envolvem, principalmente, aspectos legislativos, econômicos, sociais e educacionais. Foram
sugeridas medidas críticas para auxiliar o manejo sustentável, reduzir o comércio ilegal e
promover maior conscientização e participação da sociedade no manejo da fauna. Esses
resultados são importantes no aprimoramento de estratégias de conservação, regulamentação e
ações educativas que visem reduzir a chegada de propágulos, a sobre-exploração e o surgimento
de invasões.
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