Desenvolvimento de suspensões de nanocápsulas poliméricas contendo quercetina ou crisina e avaliação biológica em células B16F10 e em modelo de melanoma in vivo
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Data
2020-01-24Primeiro coorientador
Schaffazick, Scheila Rezende
Primeiro membro da banca
Peroza, Luis Ricardo
Segundo membro da banca
Librelotto, Daniele Rubert Nogueira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Estudos demonstram que o processo inflamatório tem um papel relevante no desenvolvimento do melanoma cutâneo, sendo crítica a resposta imune, que atua de modo a controlar o desenvolvimento dessa patologia e de forma a prevenir que esta se torne mais agressiva. Apesar de haver um crescente número de estudos envolvendo o sistema purinérgico e o câncer, ainda não há uma compreensão completa a respeito do potencial terapêutico do sistema purinérgico no melanoma cutâneo. O sistema purinérgico, que é constituído por enzimas, como a adenosina desaminase (ADA), receptores ancorados à membrana celular, além de moléculas sinalizadoras como a adenosina (ADO), tem um papel fundamental na orquestra de eventos envolvidos na modulação do padrão de resposta imune. Os flavonoides são compostos naturais com propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antitumorais importantes, e dentre esses compostos estão a quercetina e a crisina. Nesta pesquisa, foram desenvolvidas suspensões de nanocápsulas de Eudragit® RS100 contendo crisina ou quercetina, as quais apresentaram características físico-químicas adequadas para sistemas coloidais como tamanho de partículas (582 ± 54 nm; 568 ± 58 nm, respectivamente), com homogeneidade de distribuição de tamanho de partículas, teor total próximo ao valor teórico e elevada eficiência de encapsulamento, além de estabilidade por 14 dias de armazenamento. As suspensões foram avaliadas em ensaios de atividade antitumoral/citotóxica in vitro, tendo apresentado diminuição da viabilidade de células de melanoma (B16F10) em relação ao controle, em diferentes concentrações de crisina ou quercetina. Verificou-se também que as suspensões de nanocápsulas, contendo ou não os flavonoides, apresentaram diminuição da viabilidade de células não tumorais (macrófagos murinos; RAW 264.7), sendo que as nanoestruturas contendo crisina tenderam a um efeito citoprotetor. Após os testes in vitro, empregou-se as formulações em modelo animal (camundongos C57BL/6) de melanoma cutâneo induzido, através da inoculação subcutânea dorsal de suspensão de células B16F10. Investigou-se a atividade da ADA no soro dos camundongos, que desenvolveram o tumor e dos animais controles, que receberam por 14 dias tratamento (via oral) com as suspensões de nanocápsulas desenvolvidas e com quercetina ou crisina não encapsuladas (7,5 mg/kg). Os camundongos com tumor apresentaram atividades mais elevadas e a suspensão de nanocápsulas contendo crisina foi capaz de aumentar a atividade da ADA, na tentativa de diminuição dos níveis extracelulares de ADO, a qual pode facilitar o desenvolvimento, infiltração e metástase do tumor. Com isso, as formulações com quercetina ou crisina desenvolvidas apresentaram atividades biológicas in vitro e in vivo que corroboram com a literatura científica sobre as propriedades antitumorais de flavonoides e sobre como essas propriedades podem ser favorecidas pelo aumento da biodisponibilidade dos compostos através da incorporação dessas substâncias em nanocarreadores.
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